Lula e Janja são recebidos pelo presidente de Portugal e presidente defende Pará como sede da COP 30
Visita a Portugal ocorre no dia em que é lembrada a data de chegada de portugueses às terras brasileiras; confira a agenda oficial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva foram recebidos, neste sábado (22), em Portugal, pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa. O casal brasileiro foi recepcionado com honras militares na data que relembra a chegada de portugueses às terras brasileiras. A agenda reúne encontros, na cidade do Porto, com empresários dos dois países. Lula reforçou que o Pará pode ser a sede da COP 30, em 2025.
O evento começou por volta de 6h30 (horário de Brasília), na Praça do Império, no Mosteiro dos Jerónimos. Logo em seguida, as autoridades se dirigiram a uma homenagem póstuma ao poeta Luís de Camões. Lula participará, então, de uma reunião ampliada com o presidente português e às 9h (horário de Brasília) também almoçará com o primeiro-ministro do país, António Costa. Antes, o presidente faz uma declaração à imprensa com transmissão ao vivo.
Lula começou com brincadeiras com Marcelo Rebelo e num tom leve. Grande parte dos compromissos envolve a agenda econômica e o presidente brasileiro falou sobre maior interação entre os países e mobilização internacional na agenda climática. Também defendeu que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça a Língua Portuguesa como oficial, em respeito a todos os países falantes do idioma. No pronunciamento, Lula prometeu dobrar o fluxo de comércio entre os dois países e cumprir os compromissos de repressão a crimes ambientais.
"É preciso que a gente seja mais ousado e desaforado para que tanto os nossos empresários e ministros conversem mais e discutam perspectivas de futuro no financiamento de indústrias e comércio de produtos. Pecamos porque conservamos pouco. Se pensa que porque Portugal é muito amigo, não precisamos conversar, mas precisamos. Nós presidentes abrimos as portas, mas quem sabe fazer negócio são os empresários. Precisamos juntá-los nas nossas regiões para que nossos negócios possam crescer", declarou Lula.
Combate à desinformação e extremismo político
Ainda falando sobre a relação entre os dois países, Lula, ressaltou que muitos brasileiros hoje vivem em Portugal e muitos portugueses vivem no Brasil. E criticou o extremismo político e fake news que tomaram conta do mundo, numa breve menção a projetos no Congresso Nacional para criminalização da desinformação e defendendo alguma regulação de redes sociais.
"Estamos ameaçados pelo fenômeno do extremismo da violência política e notícias falsas, que instigam desconfiança nas instituições e na política. Impressionante o que está acontecendo no mundo. Estou com 77 anos e nasci no fim da Segunda Guerra Mundial e nunca vi a política criar esse clima. Esse mundo digital permite que com algorítmos se mexa com a cabeça do povo e destruir 150 anos de democracia na Europa e ameaçar os 30 anos de democracia brasileira. Vivemos o renascimento do extreme smop, negando tudo o que é democrático, negando imprensa livre. Isso aconteceu em muitos outros países. E o que vem depois é muito pior. Esse é um risco que começamos a ter com a lição de Donald Trump nos Estados Unidos. É nossa obrigação lutar contra a desinformação", concluiu o presidente Lula.
AGENDA OFICIAL
À tarde, às 14h30 (10h30 no horário de Brasília), Lula fará a abertura da 13ª Cimeira Brasil-Portugal, no Centro Cultural de Belém. A cúpula discutirá temas bilaterais nas áreas política, econômica e de tecnologia, além de assuntos globais como mudança do clima e a guerra no leste europeu.
Na etapa final do evento, às 16h15 (12h15 no horário de Brasília), a previsão é que os representantes dos dois países assinem dez acordos e termos de cooperação. À noite, às 20h (16h no horário de Brasília), o presidente brasileiro será recebido num jantar no Palácio Nacional da Ajuda.
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