Lula defende exploração de petróleo no Amapá e cobra reparações ambientais dos países ricos
Presidente entrega terras da União no Amapá e faz discurso sobre desenvolvimento da população
O presidente Lula fez um discurso forte em defesa do direito da população do Amapá a uma vida digna, nesta quinta-feira (13). Durante a cerimônia de entrega de terras da União ao estado, realizada na capital, Macapá, ele criticou a manutenção da pobreza na região amazônica e questionou a postura de países desenvolvidos que exigem preservação ambiental do Brasil enquanto exploram recursos naturais em seus próprios territórios.
O presidente mencionou que grandes metrópoles como Nova York e Londres cobram do Brasil compromissos ambientais, ao mesmo tempo em que empresas estrangeiras extraem petróleo a apenas 50 quilômetros da Margem Equatorial do Amapá, na Guiana e no Suriname. Lula ressaltou que, embora sonhe com o fim do uso de combustíveis fósseis, essa transição ainda levará tempo, e o Brasil precisa estudar e utilizar suas próprias riquezas.
"É fácil falar da Amazônia estando em Nova York. Sonho com o dia em que não precisaremos mais de combustível fóssil, mas isso ainda está distante. Precisaremos dele por muito tempo. Dizem que não podemos pesquisar na Margem Equatorial, mas ninguém tem mais responsabilidade climática do que eu. Não posso ignorar essa riqueza enquanto Suriname e Guiana enriquecem tão perto de nós", declarou Lula.
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Lula também reafirmou seu compromisso com a preservação ambiental e destacou a tecnologia da Petrobras, garantindo que a exploração será feita com responsabilidade. "Não faremos loucuras. A Petrobras tem a maior tecnologia do mundo, e ninguém pode impedir que estudemos nossa própria riqueza. Vamos pesquisar e assumir compromissos. Não queremos poluir nem um milímetro de água, mas também não podemos deixar o Amapá na pobreza", afirmou.
Durante seu discurso, Lula enfatizou que sua prioridade é tirar a população da miséria e afirmou que não acredita que os brasileiros aceitem viver em condições precárias. "Quero um país de classe média. Não quero ninguém dependendo de Bolsa Família ou de favores do governo", reforçou.
O presidente também fez uma forte defesa das reparações financeiras por parte dos países desenvolvidos, criticando a visão idealizada dos povos da Amazônia que é propagada internacionalmente. "Os países ricos desmataram tudo para crescer e agora querem que não derrubemos nenhuma árvore. Nós também queremos preservar, mas para isso, eles precisam pagar. Debaixo de cada árvore há pessoas que precisam viver na modernidade, não isoladas no meio do mato. Eles só prometem, mas não cumprem. Até 2030, teremos desmatamento zero, e o Amapá será um exemplo. Quem vier falar da Amazônia para mim, direi que o Amapá é o estado mais cuidadoso do mundo com o meio ambiente. Agora, paguem!", concluiu.
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