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Localização de celulares atestam encontro de Bolsonaro com Forças Armadas, aponta relatório da PF

Evidências de localização e registros de entrada confirmam reunião, de acordo com relatório enviado ao Supremo

O Liberal

A Polícia Federal (PF) utilizou a localização de celulares e registros de entradas dos palácios do Planalto e Alvorada para atestar a existência de uma reunião onde uma suposta "minuta do golpe" teria sido apresentada a comandantes das Forças Armadas.

A investigação da PF aponta que no dia 7 de dezembro de 2022, ocorreu um encontro no Planalto envolvendo Filipe Martins, assessor especial de Jair Bolsonaro, o jurista Amauri Saad, Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, e o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.

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O registro simultâneo de todos os participantes na mesma Estação Rádio Base (ERB), ou “Cell site”, foi utilizado como evidência do encontro. A ERB indica horário e localização exata dos terminais móveis que se comunicam com ela.

Essa prova se juntou aos registros de entrada e saída nos palácios, que são obrigatórios, e às mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, segundo consta no relatório da PF enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Sequência de eventos segundo a PF

A PF relata que em 9 de dezembro, Bolsonaro se reuniu com o general Estevam Theophilo, então comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), do Exército. Nesse período, segundo consta na delação de Cid, Bolsonaro teria recebido uma minuta para reverter o resultado das eleições, a qual teria passado por ajustes.

A PF aponta o assessor Filipe Martins como o responsável pela elaboração da minuta. Registros de acesso ao Palácio da Alvorada mostram que ele esteve no local várias vezes após o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

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Mensagens enviadas por Mauro Cid para o general Freire Gomes, então comandante do Exército, sugerem que Bolsonaro estava redigindo e ajustando o decreto e buscando o respaldo do general Estevam Theophilo.

Os diálogos de Mauro Cid também sinalizam que Bolsonaro teria editado a “minuta do golpe”.

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A defesa de Jair Bolsonaro nega as acusações, afirmando que o ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito. Os advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten, que representam Bolsonaro, afirmam que ele tem sido alvo de repetidos procedimentos que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos de prova.

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