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Lira promete votação de arcabouço fiscal na próxima semana

Apesar de assegurar que a relação entre o governador e os deputados permaneça intacta, Lira julgou como "inapropriado" o comentário feito por Haddad

O Liberal

Possíveis questões decorrentes de uma declaração do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a concentração de poderes na Câmara dos Deputados, não irão obstruir a votação do novo arcabouço fiscal na semana seguinte, conforme anunciado pelo presidente da Casa, Arthur Lira, nesta terça- feira (15). Apesar de assegurar que a relação entre o governador e os deputados permaneça intacta, Lira julgou como "inapropriado" o comentário feito por Haddad. As informações são da Agência Brasil.

“Nós ficamos surpresos. Como eu disse na minha nota, acho que foi inapropriado. Talvez um alongamento excessivo do ministro numa entrevista. Não vejo clima para além do que foi criado”, disse Lira em entrevista coletiva no fim desta tarde. Mesmo assim, ele prometeu a votação do projeto na próxima terça-feira (22). Em entrevista ao podcast do jornalista Reinaldo Azevedo, gravado na sexta-feira (11) e que foi ao ar nesta segunda (14), Haddad disse que a Câmara “está com um poder muito grande” e que a Casa não poderia usá-lo para “humilhar” o Senado e o Poder Executivo.

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No fim da tarde, Haddad se corrigiu e esclareceu que se referiu à mudança do presidencialismo de coalizão nos últimos anos e que não pretendia criticar Lira. Após a declaração de Haddad, uma reunião entre Lira, Haddad, técnicos da equipe econômica e líderes partidários, que estava prevista para a segunda-feira, para discutir a votação do arcabouço fiscal, foi cancelada. Nesta terça, o relator do projeto na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), anunciou a remarcação do encontro para a próxima segunda-feira (21). “Não houve clima para a reunião [na segunda-feira]”, disse Lira.

“Alguns líderes não queriam que a reunião acontecesse ontem”, declarou. Lira disse que o projeto do arcabouço sofreu “modificações satisfatórias” no Senado, mas prometeu ficar entusiasmado com a votação na próxima semana e rejeitar que haja atraso nas discussões. “Estão cobrando da Câmara uma coisa que está no prazo dela. Teve um atropelo ontem, mas vai ser corrigido na semana que vem”, disse Lira. Apesar dos contratempos após a declaração de Haddad, o presidente da Câmara disse que o diálogo com o governo continuará. “Não existe um canal de comunicação interrompido. Não temos interesse nenhum em promover acirramento de ânimos, mas o posicionamento foi necessário”, reiterou o presidente da Câmara.

Reforma ministerial

Mais uma vez, Lira recusou que a votação do arcabouço esteja atrelada a uma reforma ministerial e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem seu tempo para mudar os ministérios.

“Não tem nenhuma perspectiva de conversa com Lula para isso. Estamos falando sempre por telefone, para a insatisfação de muita gente, inclusive de algumas pessoas que gostam de vazar notícias falsas”, afirmou. “O presidente Lula tem que tratar com os líderes e presidentes de partidos no tempo dele. Não há nenhuma pressão com relação a isso.” Responsabilidade O presidente da Câmara afirmou que a Casa continua a ser responsável. Segundo ele, a data da votação do novo arcabouço fiscal deverá ficar para a próxima terça-feira, assim que houver acordo sobre a modificação do período de contagem da captura oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para corrigir as metas fiscais .

“Discutimos isso hoje muito tranquilamente no Colégio de Líderes e ficou marcada uma reunião com o relator, técnicos da Fazenda, técnicos da Câmara, da CMO [Comissão Mista de Orçamento] e líderes partidários para que se discuta a única matéria polêmica ainda, que é a questão da mudança do prazo do calculado do IPCA. Isso sendo acordado, terça-feira a matéria vai para o Plenário. Não há nenhum tipo de inconstância no tratamento da Câmara com as matérias que são essenciais”, reafirmou Lira.

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