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Juiz da Lava Jato revoga delação premiada da doleira Nelma Kodama

O magistrado determinou também a revogação da liberdade de Nelma e a retomada do processo criminal

Luciana Carvalho

Na última quinta-feira (27), o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, revogou o acordo de delação premiada da doleira Nelma Kodama, no âmbito da Operação Lava Jato. Na decisão, o magistrado determinou também a revogação da liberdade de Nelma e a retomada do processo criminal no qual a doleira foi condenada a 18 anos de prisão.

A doleira já está presa no Brasil, mas pela acusação de outro crime. Em 2022, ela foi presa em Portugal durante uma operação contra o tráfico internacional de drogas.

Na decisão, o magistrado disse que os benefícios da delação assinada com a força tarefa de procuradores da Lava Jato, em 2016, continuam "incompreensivelmente mantidos até a presente data".

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"As cláusulas do referido acordo de colaboração premiada são bastante claras no tocante à obrigação da acusada de se abster de novas práticas criminosas. Não se trata, pois, de acusação relacionada a uma simples infração de trânsito, mas sim de tráfico internacional de entorpecentes através de, ao que tudo indica, uma vasta rede que compunha perigosa organização criminosa, baseada na Bahia", afirmou.

Nelma Kodama foi presa na primeira fase da Operação Lava Jato e foi considerada, pelo Ministério Público Federal (MPF), a líder de um grupo criminoso que operava no mercado negro de câmbio, através de empresas fantasmas, para abastecer o esquema do doleiro Alberto Youssef, que também foi preso na operação. Segundo a investigação, a movimentação financeira do grupo atingiu cerca de R$ 103 milhões em 2012 e 2013.

Em 2014, Nelma foi condenada a 18 anos de prisão pelo então juiz Sergio Moro. Em seguida, ela assinou acordo de delação premiada. A defesa da doleira ainda não se pronunciou sobre a decisão. 

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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