Inteligência alerta Bolsonaro para indícios de agiotagem e sonegação de Luciano Hang

Abin apontou riscos da proximidade do presidente com o empresário

O Liberal

Em relatório de 15 páginas, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alerta o governo federal para indícios de inconsistência na fortuna de Luciano Hang, dono da Havan, e os riscos da proximidade do empresário com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O texto, do qual a UOL teve acesso, foi enviado à Casa Civil, ao alto comando do Exército e à Polícia Federal. As informações são do Metrópoles.

O documento, de junho de 2020, narra a trajetório do empresário e mostra que, a partir de 1997, os negócios de Hang passaram a ter lisura questionável: “Sempre expandindo os negócios, sem sócios, sem investidores, sem endividamento e muitas vezes parecendo possuir uma fonte oculta de recursos, que não se explicaria apenas por sonegação fiscal e contrabando de artigos importados para lojas”.

O relatório ainda aponta um custo fixo mensal cinco vezes maior do que o faturamento da Havan, o que inviabilizaria o negócio. 

No segundo tópico do texto, a agência aponta que Hang fornecia empréstimos milionários, que se configuram como “agiotagem”. A suspeita é de que ele cobrava juros acima do mercado e praticava a alienação de bens em garantia.

A papelada ainda descreve uma operação do Ministério Público Federal (MPF), de 1999, que investigou Hang por lavagem de dinheiro, remessa de dinheiro de origem ilegal ou duvidosa, sonegação fiscal, contrabando de importados e evasão de divisas. De acordo com o relatório, o esquema era o principal duto de evasão de dinheiro fruto do desvio dos recursos dos precatórios, via contar CC5 (tipo de contas utilizadas no escândalo) do Banestado.

Já em 2003, Hang foi investigado por “sonegação de contribuições previdenciárias”. Na ocasião, o empresário chegou a ser condenado a quase quatro anos de prisão e foi multado em R$ 19 milhões.

Em nota, o departamento jurídico de Luciano Hang afirmou que o relatório “trata-se de fake news”, uma vez que “se houvesse qualquer documento, seria sigiloso e, portanto, inacessível pelo UOL”. O grupo também alegou que “todas as empresas do senhor Luciano Hang estiveram e estão dentro da lei, submetidas a todas as regras de controle, de modo que jamais houve agiotagem ou lavagem de dinheiro”.

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