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Hackers suspeitos de vender dados sigilosos de Ibaneis, deputados e ministros são presos

Informações eram comercializados na internet para aplicar golpes, e cerca de 200 milhões de CPFs estavam nas mãos dos criminosos

O Liberal

Um operação deflagrada nesta terça-feira (20) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prevê o cumprimento de mandados de prisão temporária, busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e derrubada de sites, dentro de uma investigação sobre dois hackers que comercializavam dados sigilosos de autoridades públicas do governo local e federal.

Os dados expostos pelos suspeitos incluem informações do governador Ibaneis Rocha (MDB), de deputados distritais e federais e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Além das autoridades, mais de 200 milhões de pessoas tiveram os dados comercializados na internet.

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A polícia afirma que os dados eram comercializados na internet para prática de "infinidade de fraudes eletrônicas, elaboração de dossiês contra autoridades públicas e violação da intimidades dos cidadãos". Os investigadores ainda não divulgaram o nome dos alvos.

O caso veio à tona após a prisão de golpistas feitas pela 9ª Delegacia de Polícia, no Lago Norte. Os policiais descobriram que os dados de moradores da capital estavam sendo comercializados na "darknet" por meio de "painéis de consulta".

Após se infiltrarem em grupos criminosos em aplicativos de troca de mensagens, os policiais tiveram acesso aos pacotes com dados da população brasileira, que eram usados para aplicar golpes.

200 milhões de dados

Segundo os agentes, os criminosos tinham em mãos 200 milhões de CPFs com números de celular, endereços residenciais, e-mail, fotos, assinaturas digitalizadas, cópias da CNH, faixa etária, nome de vizinhos e outras informações das vítimas. Todos os dados estavam em um site, organizados "de maneira profissional", e os criminosos podiam levantar a vida das vítimas "em apenas alguns cliques".

Os criminosos teriam ainda acesso às câmeras de rodovias, o que possibilitava localizar as passagens das vítimas nas vias de todo o país, dados utilizados para monitorar a rotina das pessoas. Com as informações, os criminosos selecionavam vítimas e montavam estratégias para enganá-las. As informações também eram usadas para levantar a vida de policiais, membros do Ministério Público e juízes.

Operação

No total, foi cerca de um ano de investigações, de acordo com a Polícia Civil. A corporação considera que esse foi o "um dos maiores vazamentos de dados da história do país". Além disso, a Polícia Civil também investiga todos os 1.453 usuários que compraram dados nesse painel.

De acordo com a entidade, a maior parte das informações das vítimas vinha a partir do hackeamento de órgãos públicos. "Contudo, também detectamos um comércio ilegal por pseudoempresas de proteção de crédito", disse a corporação.

Os suspeitos devem responder pelos crimes de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa, lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem passar dos 20 anos de reclusão.

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