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'Google mentiu e influenciou votação do PL das fake news', afirma relator

O parlamentar disse o uso de anúncios pelo Google caracterizam abuso do poder econômico e do poder de mercado da plataforma

Luciana Carvalho

O deputado Orlando Silva (PC do B-SP)relator do PL das fake news, afimou na última sexta-feira (21),que o Google “mentiu” e “distorceu” o debate em torno da votação do projeto, que estabelecia, dentre outros tópicos, a remuneração das empresas jornalísticas por parte das plataformas digitais.  As declarações foram feitas durante entrevista ao portal Poder360.

O parlamentar disse que os anúncios veiculados pelo Google influenciaram o adiamento da votação do PL, pautado inicialmente para maio deste ano. "As plataformas digitais abusaram do poder econômico e do poder de mercado. O Google tem 97% dos mercados de busca no Brasil e usou essa estrutura para mentir e distorcer o debate”, afirmou Orlando.

Em 1º de maio de 2023, o Google publicou o texto “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” na página principal do buscador da plataforma. O artigo foi assinado pelo diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa no Brasil, Marcelo Lacerda.

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No dia seguinte, em 2 de maio, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), retirou o projeto de lei da pauta a pedido de Orlando Silva. Na época, o relator usou como justificativa ser necessário ter mais tempo para acolher as sugestões das bancadas. O deputado também criticou o anúncio do Google, veiculado no Spotify, contra a proposta. A publicidade pedia aos ouvintes que procurassem os deputados nas redes sociais de modo que pudessem “melhorar” o texto.

O anúncio foi veiculado mesmo violando as regras de uso do Spotify, que proíbe publicidades de conteúdo político na plataforma de música. “Foi um jogo muito sujo feito pelas big techs, como eles têm feito no mundo”, declarou o deputado Orlando Silva, relator do PL das fake news.

O Google informou que não irá comentar as falas do deputado. O Spotify, ainda não se pronunciou sobre o caso. 

  (Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de Oliberal.com). 

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