Em nota, Polícia Federal repudia declarações de Sérgio Moro e afirma que ele mente
Segundo o órgão, nos últimos três anos foram efetuadas mais de mil prisões apenas por crimes de corrupção: ‘A PF não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais’
A Polícia Federal publicou uma nota, na noite desta terça-feira (15), onde rebate as declarações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro, durante entrevista concedida na segunda (14), à Jovem Pan. Na ocasião, Moro voltou a criticar o que classifica como interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação. Para ele, como resultado disso, a PF não tem atuado como deveria no combate à corrupção.
Porém, de acordo com a Polícia Federal, que classificou as declarações como “descabidos ataques”, Moro mente ao afirmar que não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção. A corporação afirma que nos últimos três anos efetuou mais de mil prisões, apenas por crimes de corrupção. Além disso, foram 1.728 operações contra esse tipo de crime no mesmo período, sendo 654 apenas em 2020, o maior índice dos últimos anos.
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A PF diz ainda que o ex-juiz também faz ilações ao afirmar que “esse é o resultado de quantos superintendentes eles afastaram e que estavam fazendo o trabalho deles” e não aponta qual fato ou crime tenha conhecimento e que a PF estaria se omitindo a investigar. “Tampouco qual inquérito policial em andamento tenha sido alvo de ingerência política ou da administração”.
Segundo o órgão, em 2021, houve recorde de operações, com quase dez mil ações - 34% a mais do que em 2020 - não apenas envolvendo repressão aos crimes de corrupção. “O ex-juiz confunde, de forma deliberada, as funções da PF. O papel da corporação não é produzir espetáculos. O dever da Polícia é conduzir investigações, desconectadas de interesses político-partidários. Moro desconhece a Polícia Federal e negou conhecê-la quando teve a chance. Enquanto Ministro da Justiça não participou dos principais debates que envolviam assuntos de interesse da PF e de seus servidores”, diz a nota.
A Polícia Federal concluiu afirmando que repudia a afirmação feita pelo pré-candidato Moro de que a corporação não tem autonomia. “Por fim, a PF - instituição de Estado - mantém-se firme no combate ao crime organizado, à corrupção e não deve ser usada como trampolim para projetos eleitorais”.