Diálogos amazônicos: em Belém, 'Conselhão' cria GTs de meio ambiente e recuperação de áreas
O lançamento dos Grupos de Trabalho, na manhã desta sexta-feira (4), é parte dos eventos que antecedem a Cúpula da Amazônia
Conhecido como "Conselhão", o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável instala, nesta sexta-feira (4) dois Grupos de Trabalho durante a programação do evento Diálogos Amazônicos, em Belém: o de meio ambiente e o de recuperação de áreas degradadas.
O lançamento, nesta manhã, é parte dos eventos que antecedem a Cúpula da Amazônia, realizada nos próximos dias 8 e 9 e que reunirá os presidentes dos países que têm parte da floresta em seus territórios, além de convidados.
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Participam do Diálogos Amazônicos os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Jader Filho (Cidades), entre outras autoridades. O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e o governador do Pará, Helder Barbalho, estão presentes.
Durante o lançamento, o ministro Padilha explicou os dois Grupos de Trabalho, ambos com prazo de 60 dias para a construção de propostas. O primeiro, sobre meio ambiente, tem foco no fortalecimento da Amazônia.
"Não dá para discutir o desenvolvimento econômico e social do Brasil sem discutir e fortalecer a Amazônia, [...] não só do ponto de vista territorial, mas a importância do seu potencial econômico, importância da identidade cultural, de tudo aquilo que a gente tem para descobrir. Fortalecer a Amazônia brasileira é um grande ativo para o desenvolvimento do Brasil. Para o presidente Lula, a Amazônia não é problema, a Amazônia é solução", afirmou.
Já o segundo Grupo de Trabalho, de recuperação de áreas degradadas, reúne o agronegócio, a agricultura familiar, vários Ministérios e bancos, segundo o ministro das Relações Institucionais, e tem o objetivo de construir "o mais rápido possível" uma proposta de recuperação das terras degradadas do país, para aumentar a produção agrícola e gerar mais renda na área rural, além de fortalecer a agricultura familiar e o agronegócio.
"A gente não precisa derrubar a floresta, é possível aumentar a produtividade e a extensão da produção com mais tecnologia, modernização, respeito, financiamento. Temos um plano safra histórico lançado pelo governo federal e é possível aumentar a área de produção do Brasil se a gente tiver um forte programa de recuperação das áreas degradadas", pontuou.
Agenda
Também será assinado um acordo de cooperação técnica entre os ministérios para o Bolsa Verde, que fazia pagamentos a famílias que viviam em áreas de reserva extrativista e comunidades tradicionais da Amazônia. O intuito era estimular a preservação da floresta e ajudar na regeneração de áreas degradadas.
Iniciado no governo de Dilma Rousseff (PT) e extinto por Michel Temer (MDB), o programa garantia, na época, um auxílio de R$ 300 a cada três meses para famílias em situação de extrema pobreza. Em junho, Marina Silva disse que o programa oferecerá auxílio a 30 mil famílias dessas regiões que vivem em situação de fragilidade, de forma semelhante ao Bolsa Família, começando por comunidades da Amazônia.
Uma mesa de investidores em negócios de transição ecológica também faz parte da agenda do Conselhão. O secretário-executivo, Paulo Pereira, diz que será um encontro de empresários, ativistas e bancos internacionais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Mundial e o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como banco dos Brics - grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Veja quais são as áreas de atuação do Conselhão:
- Transição energética
- Amazônia
- Crédito e investimento
- Restauração de áreas degradadas
- Complexo industrial da saúde
- Mobilidade urbana
- Primeira infância
- Periferias
- Economia circular e economia criativa
- Combate à fome
- Substâncias psicoativas
- Determinantes sociais da saúde
- Inclusão produtiva
- Políticas de reparação e política tecnológica
- Neoindustrialização
- Sustentabilidade para a economia do futuro