'Eleições em 2026 sem meu nome é negação da democracia', diz Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro também afirmou que uma eventual prisão contra ele, em razão da denúncia da PGR, seria 'uma arbitrariedade'
Em uma entrevista concedida nesta segunda-feira (24.02), à CBN Recife, o ex-presidente Jair Bolsonaro falou sobre a possibilidade de ser preso, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por suposta tentativa de golpe de estado, e também sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornou inelegível até 2030 devido a uma reunião com embaixadores às vésperas das eleições de 2022 na qual questionou as urnas eletrônicas.
Sobre a denúncia da PGR, o ex-presidente classificou como "mais uma arbitrariedade" e afirma que não tem motivo para ser preso. “Esperar prisão, de jeito nenhum. Alguns dizem até que estou pensando em fugir. Ora, eu estive nos Estados Unidos por três meses, eu poderia ter ficado lá, tive oferta para trabalhar por lá”, declarou.
Ele afirma que retornou ao Brasil "para enfrentar isso daqui" e buscar o próprio espaço político para 2026. "Eleições em 2026 sem meu nome é negação da democracia”, completou.
Bolsonaro ainda fez uma comparação com o atual presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi preso em abril de 2018 e solto em novembro de 2019, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter revisto a jurisprudência que permitia prisão de réus após condenação em segunda instância, ainda com recursos cabíveis antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
A condenação de Lula também foi depois que o plenário do STF anulou as provas utilizadas pela Lava Jato para embasar a prisão dele. “Eu não quero me comparar com o que está aí agora na Presidência, porque ele foi condenado em três instâncias. Comigo é uma narrativa de golpe que estão potencializando agora, depois de não terem dado certo um montão de acusações outras no passado”, argumentou Bolsonaro.