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Edmilson Rodrigues reconhece que primeiros meses foram difíceis

'Fiquei noites sem dormir', diz Prefeito de Belém sobre primeiros 100 dias de governo

Cleo Soares

Completados os primeiros 100 dias de governo exercido em pleno período de agravamento da pandemia da covid-19, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (P-SOL), afirma que hoje a ocupação de leitos na capital está sob controle, mas que foi uma situação que chegou a lhe tirar o sono. “Hoje está mais tranquilo se comparado há três semanas. Fiquei noites sem dormir, com a falta de leitos e respiradores. Foi um momento doloroso”, declarou, em entrevista ao jornalista Evandro Flexa Jr., para OLiberal.com, afirmando que o momento difícil na saúde foi superado em parceria com o governo do Estado e que outras áreas como economia, educação e saneamento não ficaram paradas nesses 100 dias.

Para a questão mais imediata, de saúde, o prefeito da capital paraense lembra que foram ampliados seis leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Municipal Dom Vicente Zico, além de praticamente fechar o Pronto Socorro Humberto Maradei, do bairro do Guamá, com 75 leitos clínicos e 25 de UTI para anteder exclusivamente a casos de covid-19. O mesmo ocorreu com a maioria dos leitos no PSM Mário Pinotti, da 14 de Março. “Nesse cenário, a parceria com o Estado foi boa porque praticamente todos os doentes de Belém que precisaram de leitos no hospital de campanha do Hangar e outros equipamentos do Estado foram atendidos, ficamos sem ninguém na fila de espera”, afirmou o prefeito.

Ele lembrou, porém, dos momentos em que se sentiu de “mãos atadas”. “Houve um momento mais preocupante, em que três respiradores desgraçadamente quebraram na UPA da Sacramenta, e foi aquela correria em ter que substituir, e toda uma dificuldade porque as coisas acontecem quando a gente menos espera”, lembra.

Convênios

Edmilson reforçou a importância de fazer convênios com a rede privada tanto em hospitais grandes, quanto nos de menor porte. “Alguns menores fecharam convênio, mas não queriam casos de covid. Mas tudo bem, se posso desafogar tratando outras doenças nesses hospitais, isso me ajudava a liberar o público para tratar de covid, então mesmo esses foram positivos”, ressalta.

Ainda na saúde, Edmilson lembra que a covid também causou um colapso nos planos de saúde que impactaram no atendimento municipal, que foi reforçado com 16 clínicas de campanha anexa às unidades de saúde exclusivamente para atender casos suspeitos de covid-19. Ainda segundo o prefeito, o Pronto Socorro do Guamá foi fechado para atendimento dos casos de covid, e, portanto, as parcerias com os hospitais privados foram suficientes para atender pacientes com as demais enfermidades. Ele também acredita que o governo federal errou por não ter fechado contrato de compras de vacinas no início, mas em relação às remessas que vieram ao Pará, o prefeito diz que Belém tem avançado na campanha. “Belém é capital da vacinação, com 22,4% de vacinados, mas já próximo de 30%. Na próxima terça-feira chega minha vez, que tenho 63 anos, já para a segunda dose, e esperamos em breve avançar nas faixas abaixo de 60 anos e em categorias que precisam muito, a exemplo dos professores”, diz o prefeito.

Economia

Enquanto a saúde enfrentava o colapso pela covid-19, Edmilson Rodrigues afirma que seu governo não ficou parado em relação a áreas importantes como saneamento, educação e economia. “Começamos limpando canais e bueiros para que Belém superasse bem as primeiras chuvas do ano, mas cuidados também de outras áreas essenciais como a renda das famílias com o programa Bora Belém, que com apoio do Governo do Estado em 50% dos recursos, foi possível atingir mais de mil famílias”, disse, afirmando que tem meta de chegar a mais 9 mil famílias este ano e na etapa de expansão final alcançar 25 mil famílias.

Segundo Edmilson, além do programa, as famílias que têm criança em idade escolar começaram a receber também a merenda escolar em forma de cesta básica no valor de R$ 70. “Ou seja, nesse momento tão delicado da pandemia, não é apenas o alimento para a criança, mas para dar mais um apoio às famílias também”, diz o prefeito, destacando que houve ainda aumento de 1.400 novas crianças na escola para o período letivo de 2021. Ele disse ainda que o retorno semipresencial das aulas no município de Belém foi muito bem avaliado, e que a Prefeitura seguirá observando os números de casos para as próximas decisões até a retomada normal das aulas. 

Incentivos

Para as empresas o prefeito de Belém garante que estão disponibilizadas várias medidas de incentivos fiscais, parcelamento de impostos e redução de juros, além de três meses sem ações de execução fiscal das empresas em débito, para que elas possam se organizar e negociar. A validade das certidões a vencer das empresas também foi prorrogada em mais três meses, e o Banco do Povo foi reativado para a liberação de microcrédito de até R$ 10 mil, com carências e prazos maiores.

Edmilson afirma que além das medidas internas acima, também tem buscado parcerias de investidores estrangeiros que queiram investir em Belém, com a condição de serem novas empresas que verticalizem produção e gerem empregos. “Temos muitas formas de incentivos, temos ainda terrenos da prefeitura em área de Outeiro e Cotijuba, por exemplo, e algumas decisões não dependem de nós, mas estamos em busca dos investidores estrangeiros e apresentando todo o potencial que Belém tem para receber esses novos investimentos”, garante o prefeito.

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