Damares: "números são de assustar"
Em Belém, ministra Damares Alves aponta medidas para combate à violência sexual contra crianças e adolescentes
A ministra de Estado da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou ontem, em Belém, que está em curso uma avaliação da rede de proteção da infância, para a identificação de falhas desse sistema. Ela veio à capital paraense para participar do “Dia de Culminância”, promovido ontem, dentro da progamação da Semana Paraense de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que ocorreu no auditório do Centur, na avenida Gentil Bittencourt, bairro de Nazaré.
No evento, Damares Alves destacou o serviço do Disque 100, o serviço de proteção de crianças e adolescentes com foco em violência sexual, vinculado ao Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que funciona 24 horas.
“Hoje temos as redes sociais também, e estamos trabalhando com essa melhoria, buscando tecnologia especialmente voltada para o atendimento da criança”, informou a ministra, completando em seguida: “Os números ainda são de assustar, e estamos preocupados com a subnotificação. Por isso, estamos trabalhando com uma ouvidoria nacional, para que a notificação seja mais rápida. O Pará foi um dos que aprovaram por primeiro o Maio Laranja, e hoje estamos juntos celebrando essa data e mês. Mas o objetivo é que todos os dias e meses sejam de proteção à infância”.
Ela afirmou ainda que está sendo feita uma avaliação da rede de proteção da infância, para identificar as principais falhas do sistema. Dados do relatório do Disque 100, divulgados no evento pela ministra, apontam que nos quatro primeiros meses deste ano houve redução de 19% no número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes. O levantamento também revela que 80% dos abusos de crianças ocorrem dentro de casa.
Damares Alves relatou o abuso que sofreu na infância, aos seis anos de idade. Ela alertou pais e mães sobre os cuidados a serem tomados ao levar pessoas para dentro de casas. “A casa não pode mais ser um lugar perigoso pra criança. Estão arrancando sonhos de meninos e meninas. Não podemos mais admitir isso. As crianças enviam sinais. O ‘Maio Laranja’ veio para trazer essa conscientização para todos. Minha mãe orou 19 anos por mim, e eu trocaria 19 anos de oração por um abraço. Se tivessem dito para mim que eu não era culpada, a minha vida teria sido diferente. Abracem as crianças. Olhem para as crianças. Leiam os sinais que elas estão mandando e denunciem. Mesmo se não for da sua família, não silencie”, alertou Damares Alves.
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