Cúpula da Amazônia: Lula destaca ações em prol do meio ambiente e convergência entre países
Presidente deu uma declaração no fim do evento internacional e fez um balanço das decisões tomadas ao longo das reuniões
A definição de um consórcio internacional de sociobioeconomia e a criação de um mecanismo de remuneração ambiental foram pontos destacados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como importantes para a atuação dos países pan-amazônicos em prol do meio ambiente. A afirmação foi dada pelo chefe do Executivo brasileiro no início da tarde desta quarta-feira (09), ao final da programação da Cúpula da Amazônia, evento que aconteceu em Belém.
“A Declaração de Belém que adotamos ontem [terça-feira] reúne iniciativas muito concretas para o enfrentamento dos desafios compartilhados por nossos oito países. Trabalharemos juntos no combate ao desmatamento e aos ilícitos, na criação de mecanismos financeiros e apoio às ações nacionais e regionais de desenvolvimento sustentável, na criação de um painel técnico, científico e de novas instalações de coordenação e participação ”, disse Lula à imprensa.
Mesmo assim, a Cúpula evidenciou que as nações que têm a Amazônia como parte do território não estão alinhadas quanto às políticas ambientais, uma vez que nem todos adotaram a meta de desmatamento zero até 2030, proposta pelo presidente do Brasil. Por outro lado, Lula comemorou o êxito ao encontrar “enormes convergências” entre os países de floresta tropical que fizeram parte do último dia de evento. Além deles, membros de organizações multilaterais e financeiras internacionais estavam presentes.
Representantes da República Democrática do Congo, República do Congo e Indonésia também foram convidados para participar da reunião e “ampliar os diálogos”, envolvendo os líderes de países em desenvolvimento. “Estamos convencidos de que é urgente e necessária a nossa ação conjunta em fóruns internacionais. Reivindicamos maior representatividade em discursos que nos dizem respeito. Defenderemos, juntos, que os compromissos de financiamento climático assumidos pelos países ricos sejam cumpridos”, completou.
Ajuda internacional
Lula voltou a destacar que é também de responsabilidade dos países desenvolvidos o financiamento de melhorias sociais e ambientais na Amazônia. “Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia. É a natureza que o desenvolvimento industrial, ao longo de 200 anos, poluiu, que está precisando que eles paguem sua parte agora pra gente recompor parte daqui que foi estragado”. No debate de terça-feira, Gustavo Petro, presidente colombiano, criticou a postura de pedir investimentos estrangeiros.
“Hoje, negar a crise climática é apenas insensatez, mas valorizar a floresta não é só manter as árvores em pé, significa dar dignidade para as quase 50 milhões de pessoas que moram na Amazônia sul-americana. Faremos isso oferecendo oportunidades sustentáveis de emprego e de geração de renda por meio de fomento à ciência, tecnologia e inovação, do estímulo à bioeconomia e valorização dos povos indígenas, comunidades tradicionais e seus povos ancestrais”, apontou.
Transição energética e emergência climática
O encontro bilateral de Lula com Sultan Ahmed al-Jaber, presidente da COP 28, que ocorrerá ainda esse ano nos Emirados Árabes, fez parte da agenda do dia. Os temas principais foram parcerias tanto com a transição energética, quanto com investimentos em infraestrutura. O aumento da participação social nas discussões para o evento sobre o clima, ainda, fez parte da conversa durante o encontro.