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Consultor diz que Luis Miranda falou sobre pressões para liberar Covaxin

Toda a análise técnica sobre a emissão da licença de importação da Covaxin foi feita por Santana com a supervisão do diretor da Divisão de Importações, Luis Ricardo Miranda

Thiago Vilarins, da Sucursal de Brasília (DF) / O Liberal

William Amorim Santana, consultor do Ministério da Saúde e técnico da Divisão de Importação da pasta, prestou depoimento, nesta sexta-feira (9) à CPI da Covid-19. Toda a análise técnica sobre a emissão da licença de importação da Covaxin foi feita por Santana com a supervisão do diretor da Divisão de Importações, Luis Ricardo Miranda, que já depôs à comissão e disse que sofreu "pressão atípica" de seus superiores hierárquicos para aprovação rápida da negociação com a Bharat Biotech. O consultor confirmou que seu chefe foi pressionado a liberar a importação das vacinas Covaxin. "Há uma hierarquia no ministério, então as cobranças vêm de cima pra baixo. As cobranças eram dirimidas a ele, ele era bastante cobrado.

Durante o depoimento, o consultor exibiu os três e-mails enviados pela Precisa Medicamentos, entre eles a invoice que, segundo a senadora Simone Tebet (MDB-MS), corresponde ao mesmo documento apresentado pelo servidor Luis Ricardo Miranda e que foi declarado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, como falso. Ao comparar os documentos, Willian Santana confirmou que se tratava da primeira invoice, enviada por link dropbox (um serviço para armazenamento e partilha de arquivos) em 18 de março. Para Renan, o ministro cometeu crime de falsidade ao tentar confundir a investigação e defendeu a sua convocação para prestar depoimento à CPI. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), informou que a convocação será votada na terça-feira (13).

Para o senador Marcos Rogério (DEM-RO), ainda persistem "controvérsias" em relação ao envio da primeira invoice. Segundo laudo da Precisa Medicamentos, apresentado pelo senador, não ocorreu o envio da invoice citada por Santana em 18 de março. Marcos Rogério, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (Rede-ES) pediram auxílio da Polícia Federal para conduzir uma perícia aprofundada sobre a questão.

"Eu estou querendo saber o seguinte: se no dia 18 estava no dropbox ou não estava, porque a informação que tem aqui é de que não estava lá. E eu não estou afirmando que não estava. Estou dizendo que tem um documento encaminhado pela defesa da empresa dizendo que não estava", disse.

Já o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que a oposição tenta imputar um crime que não existiu ao presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou ser "impossível" o consultor ter identificado a primeira invoice “porque ela nunca existiu”. O senador também fez referência à perícia da Precisa Medicamentos e afirmou que o link dropbox só foi criado no dia 19 de março, indicando, segundo ele, que o presidente Bolsonaro nunca teve acesso a esse documento. "Então, este aqui é o metadado, mais uma vez, é uma prova fácil de ser periciada, e que está mostrando que esse documento foi criado no dia 19. Foi criado. Então, é impossível ele ter sido encaminhado para o senhor [William Santana] . Junto, nesse link, com vários outros documentos que o senhor abriu, este, com certeza, não estava", argumentou.

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