Lula discursa no Foro de São Paulo e afirma que ser chamado de comunista é ‘orgulho’
Presidente afirma que ficaria ofendido se o chamassem de nazista e neofascista
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu um discurso durante a abertura do Foro de São Paulo, um encontro de partidos e organizações de esquerda, que teve lugar nesta quinta-feira (29), no Hotel San Marco, em Brasília. Durante seu pronunciamento, Lula declarou: "Eles [adversários] nos acusam de comunistas pensando que ficaremos ofendidos com isso. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazistas, neofascistas. Mas ser chamado de comunista não nos ofende. Isso nos enche de orgulho".
Democracia 'relativa'
Já em entrevista para a Rádio Gaúcha nesta quinta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a relativizar as críticas ao regime de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Questionado sobre os motivos pelos quais setores da esquerda hesitam em afirmar que o regime de Maduro não é uma democracia, o petista argumentou que há diferentes visões sobre o que é democracia.
"A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez", disse. "Por isso que eu gosto da democracia e a exerço na sua plenitude. Aqui, eu acho que o mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia", acrescentou.
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O presidente também argumentou que a Venezuela teve mais eleições que o Brasil nos últimos anos, mas não mencionou os questionamento envolvendo o pleito de 2018, que reelegeu Maduro e não foi acompanhado por observadores internacionais, como é praxe em eleições livres e democráticas.
Em outra declaração polêmica, no final de maio, durante um encontro com presidente da América do Sul em Brasília, Lula afirmou que as acusações de que a Venezuela é uma ditadura fazem parte de uma "narrativa".