Ciro Gomes defende, em Belém, a criação de um novo modelo econômico para o País
Candidato teve rápida passagem pela capital paraense nesta sexta-feira (16)
O candidato à presidência pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes, passou por Belém nesta sexta-feira (16). Ele foi recebido por apoiadores e correligionários em uma casa de shows localizada na Cidade Velha e discursou por alguns minutos. Com uma agenda apertada - Ciro ainda iria se deslocar para o estado vizinho do Amapá -, o pedetista reiterou seu posicionamento sobre alguns temas que vem tratando em seus programas eleitorais, como a necessidade de se criar um novo modelo econômico para o Brasil, baseado em uma outra forma de se fazer a cobrança de impostos, por faixa de renda de cada cidadão; combate aos juros abusivos praticados pelo mercado financeiro, e, também, a necessidade de erradicar a fome e a miséria. Segundo a organização do evento, entre mil e duas mil pessoas acompanharam a agenda.
Ciro Gomes chegou à casa de shows pouco depois das 16 horas. Foi acompanhado pelo presidente estadual do PDT, Giovanni Queiróz, e pelo presidente estadual do MDB, Jader Filho. Logo na entrada do evento, falou sobre a importância de se fortalecer a fiscalização ambiental na Amazônia e de buscar realizar, nesta região, um Zoneamento Econômico e Ecológico que de fato promova o desenvolvimento sustentável.
“O Brasil perdeu o controle do seu território. Hoje, nas cidades grandes, são as facções criminais que dominam, ao passo que nos nossos grandes interiores, desmontamos as estruturas de comando e de controle. Precisamos, obviamente, remontá-las. Para se ter uma ideia, o Estado do Amazonas é maior do que quatro países da Europa juntos e só tem duas delegacias da Polícia Federal, que estão sem poder operar porque não têm recursos, não têm estrutura, não têm nada. É preciso reestruturar o Estado brasileiro para que, ao fazermos o Zoneamento Econômico e Ecológico, se faça valer a lei. Assim, aqueles que estão dentro da lei serão prestigiados e aqueles que excepcionalmente transgredirem a lei, serão presos”, frisou.
O candidato ainda falou sobre uma proposta de criação de uma estatal que ficaria responsável por acompanhar comunidades indígenas na exploração de minerais que porventura existam em seus territórios. “Há uma discussão no meu projeto de fazer com que as terras indígenas onde há ocorrência de minerais, por exemplo, possam ser exploradas pelas próprias comunidades, acompanhadas pelo Estado, em benefício da renda dessas comunidades, caso elas quiserem que assim seja. Mas essa é uma proposta que nós ainda vamos amadurecer e pacificar”, completou.
Economia - Ciro Gomes também criticou o fato de pessoas pobres pagarem, muitas vezes, mais impostos do que os ricos, além de serem “vítimas” de “juros abusivos” praticados pelo mercado financeiro. “Muitas vezes, o pobre deixa de pagar uma conta para dar comida a sua família e imediatamente o seu nome fica negativado e ele perde o acesso ao crédito. Isso acontece também com muitas empresas, que acabam sendo obrigadas a demitir, o que só aumenta o caos social. Precisamos rever esse modelo”, analisou.
Educação - O candidato ainda disse ter a meta de transformar a educação pública brasileira em uma das dez melhores do mundo num prazo de 15 anos, através de uma mudança pedagógica, treinamento massivo e melhor remuneração de professores. “Hoje, 80 das 100 melhores escolas públicas estão no Ceará, onde eu fui governador. Se num Estado pobre do nordeste brasileiro, nós conseguimos fazer isso, muito mais será possível fazer no Brasil. Precisamos mudar o padrão pedagógico e começar a preparar o profissional do mundo digital, por meio de um treinamento massivo dos professores e melhor remuneração”, apontou.
Ciro Gomes foi agraciado com uma apresentação de um grupo de carimbó e de uma escola de samba de Belém ao final do evento.