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Caso Marielle: à PF, ex-chefe da Polícia do Rio nega vínculo com irmãos Brazão

O delegado alegou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigou o assassinato de Marielle Franco e destacou que, em 2019, um novo inquérito foi aberto para dar sequência às apurações sobre a autoria e motivação do crime.

Estadão Conteúdo / Rayssa Motta

O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, foi ouvido nesta segunda-feira, 3, pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. O depoimento durou três horas e meia.

Segundo a defesa, ele respondeu todas as perguntas sobre o atentado que matou a vereadora e se colocou à disposição para prestar um novo depoimento sobre sua atividade empresarial. O inquérito sobre o assassinato de Marielle levou a PF a pedir uma nova investigação sobre o delegado, por suspeita de lavagem de dinheiro, mas ele falou apenas sobre o atentado.

À PF, Rivaldo Barbosa negou ter vínculos com o deputado Chiquinho Brazão, e o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, denunciados como mandantes do crime. Também declarou que nunca teve contato com o atirador Ronnie Lessa, delator do crime, que o implicou no plano de atentado.

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O delegado alegou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigou o assassinato de Marielle Franco e destacou que, em 2019, após a denúncia contra os executores, um novo inquérito foi aberto para dar sequência às apurações sobre a autoria intelectual e a motivação do crime.

Rivaldo usou a investigação para reforçar a versão de que houve um trabalho efetivo para chegar aos mandantes do assassinato de Marielle Franco - e que o nome de Domingos Brazão já havia surgido no inquérito. As suspeitas sobre o conselheiro levaram ao deslocamento do caso para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A PF, no entanto, afirma que o delegado usou o cargo para tentar obstruir as apurações.

A defesa avalia apresentar um novo pedido de liberdade. Um recurso contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que manteve a prisão preventiva de Rivaldo, está na fila para julgamento.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO FELIPE DALLEPRANE, QUE REPRESENTA RIVALDO BARBOSA

Rivaldo respondeu a todas as perguntas relativas ao assassinato de Anderson e Marielle.

A Polícia Federal, como esperado, tentou explorar questões periférica, relativas as empresas de Rivaldo e Érika, todavia, a defesa interveio para que a oitiva se limitasse ao recorte específico da denúncia, a fim de que o ato fosse efetivo em relação ao fato que todos anseiam por resposta: assassinato de Anderson e Marielle.

Nesse contexto, Rivaldo reiterou aquilo que a defesa já havia posto textualmente nos autos, no sentido de que não tem nenhum vínculo com os irmãos Brazão ou qualquer pessoa vinculada a eles, bem como, de que não atuou para atrapalhar as investigações e, nesse particular, revelou que o nome dos irmãos Brazão surgiu na investigação um mês após o assassinato, ocasião em que diligências foram determinadas pelo Dr Giniton Lages.

Rivaldo mencionou, ainda, a existência de um inquérito instaurado especificamente para apuração de autoria delitiva, no qual presumi haver documentação relevante que não foi explorada pela Polícia Federal ou PRG e qual precisa vir para os autos.

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