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Bolsonaro treina com advogados para depor na PF, diz colunista

O ex-presidente prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (26) na sede da Polícia Federal

Luciana Carvalho

Nesta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na sede da Polícia Federal para prestar depoimento no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura os ataques às sedes dos três poderes, no dia 8 de janeiro deste ano. Ele é investigado no inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro por ser supostamente um de seus autores intelectuais. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, no dia anterior ao depoimento, Bolsonaro se reuniu com advogados e assessores para treinar as respostas que daria durante as declarações a PF

Segundo a colunista, a previsão dos assessores do ex-presidente é de que outros temas devem ser abordados pela PF como o incentivo a acampamentos de aliados nos quartéis e a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e por isso, Bolsonaro precisaria estar preparado para quando as perguntas surgirem.

Bolsonaro foi intimado a depor por ter compartilhado nas redes sociais, dois dias depois da invasão do Palácio do Planalto, um vídeo de ataques à segurança das urnas eletrônicas. A postagem foi feita no dia 10 de janeiro e apagada pouco depois de se tornar pública. A Procuradoria-Geral da República (PGR) representou contra ele e citou o artigo 286 do Código Penal, que prevê pena de detenção de 3 a 6 meses de prisão para quem incitar, publicamente, a prática de crime.

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No material compartilhado por Bolsonaro dois dias depois de 8 de janeiro, um homem identificado como dr. Felipe Gimenez atacava a segurança das urnas eletrônicas. A publicação trazia ainda as frases "Lula não foi eleito pelo povo. Ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE".

No treino ficou decidido que Bolsonaro deveria responder exclusivamente sobre o que a PGR incluiu na representação em que pediu o seu depoimento: a postagem do vídeo contra as urnas. E nada mais. Ou seja, questionado sobre qualquer outro assunto, o ex-presidente deveria ficar em silêncio.

No treino do ex-presidente participaram os advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser e com Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social de seu governo e que também é formado em direito. 

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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