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Atentado contra Donald Trump pode mexer no cenário político dos EUA, avaliam especialistas paraenses

Ex-presidente deve tentar alcançar eleitores que estão indecisos 

Emilly Melo

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi alvo de tiros enquanto discursava em um comício em Butler, na Pensilvânia, no último sábado (13). Analistas internacionais paraenses avaliam que o atentado pode gerar novos contornos às eleições norte-americanas, embora Trump já mostrasse vantagem na disputa eleitoral.

Para o analista internacional Gustavo Freitas, não há precedentes que respaldam a teoria de que o atentado poderia ser forjado, tendo em vista que o ex-presidente estava à frente das pesquisas eleitorais.

“As pesquisas apontam o Donald Trump como provável vencedor das eleições no dia 5 de novembro, claro que as coisas podem mudar, mas as análises apontam para esse caminho. Então, ele não precisava criar qualquer tipo de narrativa política para se favorecer politicamente”, declara Freitas.

No entanto, o ataque aflorou a narrativa entre os eleitores de que ele é um candidato que luta contra o sistema, sobretudo com a repercussão de uma foto feita instantes depois do atentado em que ele aparece com a orelha sangrando e com os punhos cerrados em frente à bandeira dos EUA.

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O ex-presidente sofreu o atentado no último sábado (13), durante um comício na Pensilvânia.

Ao analisar o cenário internacional depois do episódio e com as repercussões geradas, Donald Trump deve adotar um discurso mais tranquilizador, com o intuito de acalmar os ânimos do eleitorado e alcançar os estadunidenses que ainda estão indecisos.

“O teor do discurso agora é acalmando os ânimos, para tentar conversar com eleitores indecisos que talvez não tenham simpatia pela suas atitudes, mas se solidarizaram com a tentativa de assassinato de um-presidente. Portanto, o atentado do último sábado não muda muito eleitoralmente, porque ele já era líder nas pesquisas, mas agora também dá a ele a oportunidade de conversar com eleitores indecisos, que são centro da disputa”, reflete o analista paraense.

Na avaliação do cientista político André Buna, esse tipo de acontecimento é capaz de gerar uma atenção orgânica a um candidato, devido às repercussões na imprensa, internet e na população em geral.

“Isso afeta a campanha, ela muda de tom e ele consegue concentrar uma narrativa de vítima, o que acaba sendo positivo para qualquer candidato. Obviamente, os opositores do Partido Democrata vão tentar reverter isso de alguma maneira, se afastar do episódio para mostrar que eles não foram os mandantes. Isso vai ser positivo até para a campanha dentro dos democratas. Ninguém gostaria que ele sofresse um atentado, porque todo atentado é negativo para a democracia, principalmente se tratando de um crime de violência política contra um pré-candidato”, ressalta Buna.

Atentado

O estado da Pensilvânia é um dos que são considerados decisivos para o pleito americano por conta do eleitorado não ser fiel a nenhum partido. Trump foi surpreendido pelos tiros enquanto discursava.

De acordo com o próprio ex-presidente, a bala perfurou a parte superior da sua orelha direita. O Serviço Secreto dos EUA informou em nota que um participante do comício foi morto. Ele foi identificado como Corey Comperatore, 50. Ele era de Sarver, na Pensilvânia.

A polícia local informou que outras duas pessoas foram feridas em estado grave. As vítimas foram identificadas como David Dutch, 57, e James Copenhaver, 74. Segundo as autoridades norte-americanas, a motivação por trás do ataque não foi determinada. O incidente está sendo investigado como uma tentativa de homicídio.

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