Ataque ao STF no sábado foi 'cena absurda' e não conta com apoio do governo, diz Maia
Presidente da Câmara afirma que protesto é bem diferente de vandalismo, que é inaceitável
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou nesta terça-feira como "absurdas" e "lamentáveis" as cenas de disparos de fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Maia avaliou que os ataques "certamente" não contam com o apoio do governo e lembrou que o presidente Jair Bolsonaro, que já prestigiou manifestações antidemocráticas --tendo, inclusive, discursado em uma delas-- tem tomado o cuidado de não comparecer mais a atos do tipo.
Alvo frequente de protestos de militantes do governo, Maia avaliou que uma coisa é apoiar manifestações democráticas, em que as pessoas critiquem instituições. Outra coisa, argumenta o deputado, são atos de vandalismo.
Questionado sobre a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro, em manifestações com expressões antidemocráticas, Maia respondeu que o presidente "não carrega faixa".
"Ele estar perto de manifestantes gera um certo constrangimento, mas ele não falou a favor daquelas faixas", avaliou o presidente da Câmara.
No sábado, o grupo 300 pelo Brasil invadiu área restrita do prédio do Congresso Nacional e lançou fogos de artifício contra o edifício do Supremo.
Na segunda-feira, a ativista Sara Winter e outros cinco integrantes do grupo liderado por ela foram presos temporariamente no âmbito de um inquérito que investiga a organização de atos antidemocráticos a favor de uma intervenção militar, do fechamento do STF e do Congresso Nacional.