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Alepa discute políticas públicas de apoio ao breaking, nova modalidade de esporte olímpico

Projeto que ainda vai para votação em plenário cria o Programa Estadual de Formação de Campeões do Breaking

Eduardo Laviano

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) realizou uma sessão especial para debater políticas públicas de apoio e incentivo ao breaking, esporte que irá estrear nos Jogos Olímpicos de Verão em Paris, em 2024. A sessão foi proposta pelo deputado Raimundo Santos (PSD), que apresentou no parlamento o projeto de lei 57/2022 para instituir no Pará o Programa Estadual de Formação de Campeões do Breaking, para dar estrutura aos atletas paraenses que queiram disputar campeonatos nacionais e internacionais.

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"O poder legislativo tem que estar sintonizado com aquilo que a população deseja, realiza, sonha, tem esperança. Não podemos ficar aqui como uma estátua enquanto o povo está avançando. O projeto não apenas visa a formação de campeões olímpicos, mas visa um apoio a partir de uma política de Estado, para que o breaking continue a ser realizado e a população tenha a oportunidade de se inserir, sonhar", avalia.

Assembleia Legislativa do Estado do Pará realizou uma sessão especial para debater políticas públicas de apoio e incentivo ao breaking (Celso Lobo / AID Alepa)

Na opinião do atleta Rogério Ribeiro, a iniciativa é importante pois contribui para que o esporte seja cada vez menos marginalizado e possa alçar voos maiores. Para ele, o ideal seria que o esporte tivesse verbas anuais via leis de incentivo para que os atletas paraenses cheguem a 2024 com chances reais de disputarem as Olimpíadas.

"O cenário atual é muito bom, de muitos talentos, com quatro representantes paraenses dentro da seleção olímpica. A gente é uma escola de breaking muito forte e de muita tradição no Brasil. Só que a gente tem problemas com verbas. Não tem incentivo, não tem centro de treinamento ou local para treinar com acompanhamento profissional, para desenvolver atletas de alto rendimento. Cada grupo tem seu local de treino, no Guamá, São Brás, Jurunas. Mas a marginalização do esporte ocorre há muitos anos, pois é uma cultura negra. A gente está sempre associado a coisas negativas. Com a visibilidade do esporte, a gente para de ser taxado de vagabundo para sermos vistos como atletas olímpicos. É uma repercussão boa, inclusive financeiramente", diz. 

Samuel Duarte tem 29 anos e já pratica breaking há 17. Ele lamentou o fato de vários políticos já terem feito inúmeras promessas nunca cumpridas para os atletas da modalidade ao longo dos anos. "Era para estar lotado de b-boys e b-girls, mas boa parte da comunidade já está desacreditada com os políticos. Espero que essa aqui não seja mais uma reunião e que isso saia do papel. O breaking agora está em evidência e vejo muitas pessoas interessadas, vindo nos procurar, por causa das Olimpíadas. Mas o breaking tem uma abrangência muito maior: nós formamos cidadãos pensantes", diz.

image Para produtor cultural, o breaking dá voz para periferia (Celso Lobo / AID Alepa)

O produtor cultural Marcos Raiden lembra que o breaking dá voz para periferia, apesar das dificuldades que o esporte enfrenta na capital paraense desde a década de 80, quando ainda era chamado de break dance, com olhares desconfiados daqueles que ainda não são familiarizados com este traço da cultura hip hop. "Hoje em dia já é tratado de maneira semelhante a capoeira, um esporte que é uma dança. Então é muito importante termos o envolvimento do breaking em ações educativas e de inclusão, dentro das formações nos bairros. Foi uma luta muito árdua de um início lá atrás na década de 80. Desde a Fundação Curro Velho tivemos várias oportunidades como oficineiros, de ajudar quem está começando. Assim como o atleta de futebol começa jogando bola na rua, o cara do breaking está iniciando lá na praça e precisa de estrutura", afirma. 

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