Vereadora Bia Caminha denuncia que é alvo de ameaça na internet com 'estupro corretivo'
Além da parlamentar belenense, outras vereadoras de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foram vítimas do mesmo crime
A vereadora de Belém Bia Caminha (PT) registrou um Boletim de Ocorrência, no último domingo (10), por um e-mail que recebeu de um suposto doutor em Psicologia Social que ameaça “Estupro Corretivo Terapêutico” contra mulheres lésbicas ou bissexuais. O autor do conteúdo, que se identifica como Doutor Astolfo Bozzônio Rodriguez, já foi denunciado neste ano por vereadoras de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro pela mesma situação.
VEJA MAIS
Ainda conforme consta no e-mail, Bozzônio fala que “lesbianismo (sic) é uma doença”. “É o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino. Porque ser sapatão é ser uma aberração. Referi-me à bissexuais pois o bissexualismo (sic) feminino é uma variante dessa doença chamada lesbianismo (sic)”, conta ele.
Destaca-se que não se usa mais os termos "bissexualismo" e "homossexualismo" porque eles foram associados a patologização da orientação sexual. Preferem-se termos como "bissexualidade" e "homossexualidade" para respeitar as identidades das pessoas e evitar estigmatização.
O documento termina com Astolfo pedindo apoio da Bia Caminha na legalização de um Projeto de Lei do “Estupro Corretivo Terapêutico e sua adoção” pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Se quiser, posso ir na sua casa (já tenho seu endereço) e fazer uma demonstração sem compromisso do Estupro Corretivo Terapêutico. O que acha?”, ameaça o suposto doutor.
Acompanhada de um advogado, a parlamentar repassou o caso à Polícia Civil e fez um BO na Divisão de Combate a Crimes Contra Direitos Individuais por Meios Cibernéticos. Ela espera que o autor das ameaças seja encontrado.
"É muito importante que todos façam a denúncia. Não podemos achar que a internet é um espaço onde a lei não funciona e onde é livre para cometerem lesbofobia, racismo e crimes de ódio", conclui a vereadora.
A PC informou à redação integrada de O Liberal, por meio de nota, que o caso está em investigação para identificar a autoria das ameaças.
Denuncie
Quaisquer informações que possam ajudar na solução do caso podem ser encaminhadas ao Disque Denúncia (181). A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone. Também é possível mandar fotos, vídeos, áudios e localização para a atendente virtual Iara, pelo WhatsApp (91) 98115-9181. Em ambos os casos, não é necessário se identificar.