Veja o que se sabe, até agora, sobre o caso Kellen Thaynara

A jovem morreu ao desaparecer em um passeio de lancha no Combu

O Liberal
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Kellen Thaynara Nascimento de Abreu, de 26 anos, foi encontrada morta na manhã de terça-feira (17/12) após desaparecer durante um passeio de lancha quando estava na região da ilha do Combu. O desaparecimento ocorreu na tarde de segunda-feira (16). O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que apura as reais circunstâncias da morte da jovem. Veja o que se sabe do caso.

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Corpo da vítima foi localizado boiando na baía do Guajará por volta das 8h30. Saiba mais sobre a vítima e o que se sabe do caso.

O caso foi divulgado nas redes sociais pelos amigos de Kellen que pediam para as circunstâncias da morte serem investigadas com mais atenção. O corpo de Kellen Taynara foi localizado por volta das 8h30 da manhã de terça, quando um homem que praticava canoagem avistou o cadáver e acionou o Centro Integrado de Operações (CIOP). Equipes do Grupamento Marítimo Fluvial do Corpo de Bombeiros (GMAF) foram ao local para realizar a remoção e encaminhamento do corpo à Polícia Científica. 

Desaparecimento

As informações iniciais, repassadas por familiares de Kellen Taynara são que ela foi convidada por um amigo para fazer o passeio de lancha com outras pessoas que a jovem não conhecia. Por volta de 20h, a lancha parou em um restaurante na Ilha do Combu e Kellen ainda fez um ‘live’ no instagram mostrando o local onde estava. Ainda segundo os relatos, após encerrar a transmissão ao vivo, por volta de 20h50, a jovem disse que ia dar um mergulho devido ao calor e não teria mais sido vista.

Segundo as informações repassadas para a Polícia Militar, após perceberem o desaparecimento de Kellen Thaynara, os ocupantes da lancha iniciaram as buscas que não tiveram sucesso. Assim, o caso foi relatado à polícia e os bombeiros foram comunicados para iniciar as buscas. Todos os ocupantes da lancha foram encaminhados para a delegacia, onde prestaram esclarecimentos e foram liberados.

image Corpo encontrado na Baía do Guajará. (Foto: Corpo de Bombeiros)

Investigação

A Delegacia de Homicídio da Polícia Civil ficará a frente da investigação sobre a morte de Kellen Thaynara. Segundo o Delegado Silvio Garcia, titular da seccional do Guamá, todos os relatos colhidos com as pessoas que estavam na lancha junto com Kellen Taynara e as demais informações serão repassadas para a DH.

“A Delegacia de Homicídios vai receber todos os documentos, licitações e vai assumir o caso. Eles vão se ater aos detalhes sobre o ocorrido para identificar as informações. Os depoimentos foram colhidos e no decorrer das investigações, acredito eu, as testemunhas serão chamadas novamente. Os depoimentos sobre o que ocorreu são semelhantes e depois de chamar as pessoas para relatarem de novo o que aconteceu, aí poderá ser descoberto algum ponto de divergência”, informou o delegado.

Familiares e amigos de Kellen Thaynara prestaram depoimento na Seccional Urbana do Guamá, em Belém, durante a manhã. Pedro Carvalho, amigo e ex-cunhado da vítima, falou do caso como um crime e disse que há controvérsias entre as testemunhas que estavam na lancha durante o passeio, tendo contradições entre horários reportados.

Pedro, que morava com Kellen, explica que ela foi convidada para o passeio por um outro amigo dela. “Desconheço a amizade, e se tinha, devia ser pelas redes sociais. Quero deixar claro que familiares e amigos estão colaborando com a Polícia para que esse crime possa ser reconhecido e quem o cometeu seja punido por isso. A sensação é de revolta e angústia. É muito triste que alguém tão jovem tenha a vida ceifada dessa forma”, afirmou.

Além disso, uma tia da vítima, que estava na delegacia, comparou o caso de Kellen ao caso Yasmin e disse que a jovem apresentava hematomas no corpo. “Pelo que estou vendo, o caso da minha sobrinha será mais um caso Yasmin. Não sei se vocês viram na foto, mas reparei que ela estava com hematomas pelo corpo.”

A artesã Elizabeth Nascimento, de 58 anos, mãe de Kellen Thaynara, contou que o último contato com a filha foi na tarde antes do desaparecimento da jovem, na segunda-feira (16), e soube que ela estava desaparecida ainda na madrugada de terça. “O último contato que eu tive com ela foi ontem [segunda] à tarde. Ela [Kellen] estava me falando que estava lá nessa lancha com os amigos. E que ela não ia demorar [a voltar]. Mas, foi então que não apareceu mais. Aí eu já vim saber, já de madrugada [do desaparecimento]. A minha filha [irmã da Kellen] foi lá. Não tinha aparecido o corpo ainda. E eu não acredito que ela tenha pulado e se jogado. Quero a verdade”, relata a mãe da jovem.

Apuração

O advogado Magno Souza, representante da família de Kellen Thaynara, afirmou que a família descarta a possibilidade de fatalidade e acredita em algo premeditado.

É uma mãe que sai para um passeio e termina em tragédia. Estivemos na delegacia durante a madrugada, e os depoimentos de todos os membros que participavam do passeio foram colhidos. Essas questões serão apuradas pela Polícia Civil. A autoridade policial, com certeza, concluirá algo — se foi uma fatalidade ou algo premeditado. É um momento de tristeza e angústia. A família precisa de respostas para entender o que aconteceu com Kellen”, concluiu Magno.

Lancha

A lancha onde estava Kellen Taynara foi isolada pela Polícia. Segundo o Delegado Silvio Garcia, devem ser solicitadas perícias para apurar o que ocorreu dentro do veículo aquático. “Se foi um acidente, a história vai se manter uníssona do início ao fim. Mas cabe a polícia puxar os dados e fazer a perícia de local. A lancha está isolada ", informou.

Além disso, o dono da lancha onde estava Kellen Taynara apagou as redes sociais. A informação, repassada pelo Delegado Silvio Garcia, foi colhida após conversa com os familiares da jovem. De acordo com o delegado, os familiares e amigos de Kellen Taynara relataram que os perfis do dono da lancha, que não foi oficialmente identificado, desapareceram.

“Os parentes e amigos da moça informaram que o dono da lancha estranhamente apagou as redes sociais. Eu ainda não fui verificar a situação. Mas, mesmo que ele tenha apagado, o celular dela (Kellen Taynara) está com a polícia. Ele disse que seguia ela (nas redes sociais)”, detalhou Silvio Garcia.

image Lancha passando por perícia. (Foto: Agência Pará)

A lancha foi periciada na tarde de terça-feira (17). A Polícia Científica do Pará realizou os procedimentos a pedido da Polícia Civil. Conforme o perito criminal e diretor-geral da Polícia Científica, Celso Mascarenhas, os peritos trabalharam no caso de forma minuciosa.

"O trabalho está sendo feito de forma calma, minuciosa e precisa, por conta do cuidado que o caso requer. Estamos integrando os dois Institutos, tanto o de criminalística, na parte de perícia de local de crime, como também do Instituto Médico Legal, na sessão de perícia do corpo. Ambos os setores conversarão para que, num prazo de até 10 dias, podendo ser prorrogado por mais dez, devido à complexidade do caso, possa dar uma resposta eficaz", ressaltou. O diretor-geral informou que ainda podem ser feitos outros exames de perícias a pedido da Polícia Civil.

image Perícia na lancha onde Kellen Thaynara estava. (Foto: Agência Pará)

Despedida

O corpo de Kellen Thaynara foi liberado pela Polícia Científica por volta das 16h20 desta terça. Familiares aguardavam pela liberação desde as primeiras horas da manhã em frente ao prédio do órgão.

O velório da jovem seguirá na casa de familiares do ex-marido, no Conjunto Paar, em Ananindeua. Já o sepultamento será em um cemitério particular em Marituba. Segundo os familiares da vítima, a causa da morte foi por afogamento, conforme o laudo entregue pela Polícia Científica. No entanto, não foi definido de que forma o incidente teria ocorrido.

A cunhada da Kellen, Roziane Fima, de 38 anos, reforça a causa da morte por afogamento, de acordo com as informações do médico legista que cuidou do caso. “Ele não pôde confirmar para a gente o que ocasionou esse afogamento. Ele foi sucinto com isso. E que os hematomas no corpo dela foi devido às circunstâncias da morte”, detalha ela. 

image Kellen Thaynara (Foto: Redes Sociais)

Discussão

Um vídeo divulgado nas redes sociais trouxe novas informações sobre o caso da jovem Kellen Thaynara. Nas imagens, os ocupantes da lancha aparecem discutindo com amigos de Kellen. Durante o bate-boca, eles afirmam não conhecer a jovem e alegam que houve um desentendimento sobre quem a convidou para o passeio. Informações preliminares indicam que o condutor da embarcação e os tripulantes teriam consumido bebidas alcoólicas no decorrer do trajeto.

A gravação reforça a complexidade do caso e aumenta as dúvidas sobre o que realmente aconteceu antes do desaparecimento. A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias da tragédia, enquanto a família da jovem aguarda respostas.

Depoimentos

A reportagem do Grupo Liberal confirmou, por meio de uma fonte ligada ao caso, a identidade das pessoas que estavam na lancha de onde a jovem Kellen Thaynara. Entre os participantes do passeio estavam Paulo Sérgio Bento Cardoso, dono da lancha que logo após o ocorrido desativou as redes sociais; Brena Roberta Oliveira Silva; Stefanie Jardim Castro; Bruno Henrique, conhecido da vítima; e Herison Quaresma Passos, que pilotava a embarcação no momento do ocorrido. A reportagem deixa aberto o espaço para posicionamento dos citados.

Confira os depoimentos:

image Caso Kellen Thaynara: Veja detalhes dos depoimentos dos ocupantes da lancha onde a jovem estava
A reportagem do Grupo Liberal teve acesso aos depoimentos prestados por todos os ocupantes da embarcação de onde a jovem desapareceu

 

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