Trabalhadora do sexo é assassinada por cliente que não quis pagar programa
Endriely levou um tiro no olho e não teve chances de reação, morrendo instantaneamente. O assassino fugiu em alta velocidade logo após o crime.
No país com maior número de assassinatos da população transgênera do mundo, mais um cruel caso foi registrado, dessa vez no Pará. Uma travesti foi executada a tiros por um cliente na noite desta sexta-feira (10), em Canaã dos Carajás, na região sudeste do Pará.
O crime aconteceu no cruzamento das ruas Círio de Nazaré e Tancredo Neves, no Centro da cidade. De acordo com testemunhas ouvidas pelos policiais que atenderam a ocorrência, a vítima, identificada como Endriely Aguiar, de 30 anos, estava parada na esquina, quando o ocupante de um veículo passou e atirou contra seu rosto.
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Endriely não teve chances de reação e morreu instantâneamente. O assassino fugiu em alta velocidade logo após o crime.
Segundo os primeiros levantamentos, Endriely e o seu assassino haviam realizado um programa sexual momentos antes do crime. A vítima havia contado a amigas que o homem não quis pagar o valor combinado pelo serviço e passou a ameaçà-la caso ela insistisse em receber.
A versão foi repassada aos agentes por colegas que trabalhavam com Endriely próximo ao local do crime. Momentos após o programa, o homem parou o veículo em frente a vítima e atirou contra sua face, atingindo um de seus olhos.
Brasil é o país que mais mata travestis
A morte de Endriely entra assim para a triste estatística que o Brasil carrega há alguns anos: o de país que mais mata travestis no mundo. De janeiro a junho de 2022, o Brasil já registrou 135 mortes de pessoas LGBTI, segundo a pesquisa do GGB (Grupo Gay da Bahia), divulgada nesta 3ª feira (28.jun.2022), em comemoração ao Dia do Orgulho LGBTI. Em 2021, foram registrados 140 assassinatos de pessoas trans no Brasil. Deste total, 135 tiveram como vítimas travestis e mulheres transexuais e cinco vitimaram homens trans e pessoas transmasculinas.
As mulheres trans e travestis foram vítimas de 96% dos assassinatos registrados pelo levantamento. 38% das mortes foram cometidas com armas de fogo e 20% por esfaqueamento. 58% das pessoas trans assassinadas eram profissionais do sexo.
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