Quilombolas fazem manifestação para pedir que idoso acusado de abuso sexual permaneça preso, em Moju
A denúncia teria sido feita na terça-feira (12), na delegacia do município; as vítimas foram submetidas a exame de corpo delito e receberam atendimento no Conselho Tutelar, enquanto o acusado foi preso pela polícia na noite de terça-feira
Quilombolas da comunidade São Manoel, no município de Moju, nordeste paraense, realizaram nesta quarta-feira (13) uma manifestação em frente à delegacia de Polícia Civil da cidade. Eles pediam justiça para o caso de cinco crianças que teriam sido vítimas de abuso sexual. Segundo as lideranças comunitárias, os crimes teriam sido cometidos por um idoso, identificado como Vicente Cuimar, de 81 anos.
Ainda de acordo com informações repassadas pelos quilombolas, a maioria dos crimes possivelmente ocorreu na casa do suspeito. A denúncia teria sido feita na terça-feira (12), na delegacia do município. As crianças foram submetidas a exame de corpo delito e receberam atendimento no Conselho Tutelar, enquanto o suspeito foi preso pela polícia na noite de terça-feira.
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A comunidade quilombola teria recebido a informação de que o idoso poderia ser solto a qualquer momento, o que deu início à manifestação. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Pará. Por nota, a PC disse “que o suspeito foi conduzido à delegacia de Moju, onde foi interrogado” e que “as equipes da PC realizaram escutas especializadas e coletaram depoimentos de testemunhas para complementar o inquérito”. A Polícia Civil garantiu que “o homem segue detido, à disposição do Poder Judiciário”.
“Por se tratar de uma comunidade pequena, onde as famílias são muito vulneráveis, as crianças frequentavam a casa dele e ele se aproveitava disso”, denunciou o líder comunitário Francisco Martins. Ele relatou, ainda, que o caso mais recente foi de uma menina de 11 anos. Ela denunciou a situação para uma professora da escola em que estuda.
“E daí desencadeou a descoberta de todos os outros casos”, disse Francisco. De acordo com o líder comunitário, após a prisão do suspeito e a realização do protesto, mais cinco casos foram denunciados à polícia, totalizando dez vítimas.
Na frente da delegacia, os manifestantes se concentraram com cartazes que diziam: “Quilombo não é lugar de pedófilo”; “As crianças são o futuro do nosso quilombo. Queremos justiça”; “O quilombo pede justiça. Nossas crianças são vítimas de pedofilia”.
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