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Polícia Científica do Pará recorre à tecnologia avançada para análise de entorpecentes

Trabalho realizado pelo CPC Renato Chaves é importante para combate às drogas e esclarecimento de crimes

Fabyo Cruz

O Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo é celebrado em 20 de fevereiro. A data visa alertar sobre os impactos do uso de entorpecentes para as pessoas e na criminalidade. No Pará, a Polícia Científica desenvolve um trabalho essencial para a elucidação de atividades criminosas e combate às drogas.

No Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, o Instituto de Criminalística Iran Bezerra possui profissionais e laboratórios com equipamentos de ponta que ajudam a identificar substâncias em materiais apreendidos e em amostras genéticas. No caso de apreensões, por exemplo, a Polícia Científica é acionada para realizar a perícia e fornecer os laudos para os inquéritos policiais.

Toda a droga apreendida deve ser analisada por peritos criminais, que emitem o laudo técnico-científico que ateste o tipo de entorpecente e a composição, que auxilia a Polícia Civil na autuação de suspeitos detidos e até na destinação final.

Carla Carvalho, gerente do Laboratório de Instrumental, explica que os materiais são encaminhados ao Instituto para submissão de testes preliminares. A triagem usa componentes que reagem em cores para identificar grupos de substâncias suspeitas, como no caso a cocaína (azul), maconha (vermelho), e ecstasy (azul caneta).

“As amostras são encaminhadas para técnicas mais sensíveis, como a cromatografia gasosa e o FTIR (Infravermelho por Transformada de Fourier) - uma aquisição recente que permitiu um salto da Polícia Científica. Nós tínhamos dificuldades de identificar novas drogas psicoativas, que vêm aderidas em selos. Com essa nova técnica e com os cursos aos peritos, temos condições de identificar com toda essa tecnologia”, pontua Carla, que também é perita.

O trabalho pericial de química forense permite que um crime seja atestado ou contestado em uma investigação. “O perito gera um laudo que tem fé pública. Com o uso de técnicas avançadas, isso dá mais celeridade e confiabilidade aos laudos”, acrescenta a gerente.

 

No Instituto, também é possível identificar substâncias em material biológico, como amostras oriundas de animais (crimes ambientais), fluidos e órgãos humanos (crimes relacionados a homicídios e suicídios), como a presença de álcool, praguicidas (veneno), medicamentos e entorpecentes.

Nair Correia é perita criminal na área e desenvolve atividades no Laboratório de Toxicologia Forense. “Quando são intoxicados que sobrevivem e são socorridos em unidades de saúde. A família faz a ocorrência policial e o delegado solicita que a Polícia Científica faça a coleta dos materiais. Se a pessoa vier a óbito, a pessoa vem para a sala de necropsia e o médico legista solicita o exame toxicológico, quando há suspeita de existência de substância química”, comenta Nair.

A cromatografia líquida é uma tecnologia que auxilia nessa atuação submicroscópica. “Sem as ciências, de modo geral, não se faz nenhuma perícia. Esses equipamentos sãos nossos olhos, que permitem ‘ver’ o que está presente na amostra que pode ser de sangue, urina, vômito, por exemplo. O processo químico de preparo da amostra extrai o princípio ativo da substância suspeita que não é visível a olho nu”, pontua a perita.

 

Investimentos

 

Para o diretor geral da Polícia Científica, Celso Mascarenhas, houve um avanço nos laboratórios, nos últimos três anos, com investimentos em tecnologia.

“A modernização não ficou restrita a Belém e chega também às regionais de Altamira, Castanhal, Marabá e Santarém. Fortalecendo o interior, facilita a investigação de drogas de abuso, sintéticas, de materiais brutos para combater o tráfico de drogas. E também as substâncias ilícitas em que é feita a toxicologia dos materiais biológicos. Aumentamos a nossa produção de laudos em mais de 45% e ao modernizar, nós facilitamos. A máquina não substitui o perito, pois a análise final é do perito criminal. Com as técnicas e metodologias apresentadas a ele, o resultado sai mais rápido”, comenta o diretor.

Os inquéritos são solucionados mais rapidamente com os laboratórios funcionando 24 horas por dia, garantindo uma resposta melhor à sociedade.

Em 2021, os peritos do Laboratório de Toxicologia realizaram 9.982 análises de drogas de abuso, o que corresponde a 832 procedimentos por mês. Deste número, a maioria das substâncias analisadas corresponde à cocaína com 51,33%, maconha e ecstasy com 0,49%.

Na atuação das análises em drogas de abuso, Belém possui o maior número de procedimentos com 5.001, o que corresponde a 50,1% do número total, ou a média de 417 análises por mês. Seguindo a ordem, as Unidades da Polícia Científica de Castanhal, Marabá e Santarém fizeram 20,35%, 9,25% e 7,97%, respectivamente, dos 9.982 procedimentos. A lista segue com Abaetetuba 4,37%, Bragança 3,33%, Altamira 2,05%,Itaituba 1,85%, Tucuruí 1,80%, Parauapebas 1,09% e Paragominas 0,93%.

 

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