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Polícias Federal, Civil e Militar alegam que trabalham para solucionar conflitos agrários no Pará

Após a morte de líder rural em Rurópolis no último sábado (15), polícias dizem que trabalham na mediação de conflitos, apreensão de armamentos e investigação de crimes

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As polícias federal, civil e militar disseram à Redação Integrada Liberal que tinham ciência dos conflitos agrários na região de Placas e vinham tomando medidas para evitar o agravamento da situação. O Pará voltou a ser o cenário de mortes no campo com o assassinato de Gilson Maria Tampone, 43 anos, presidente de três assentamentos de pequenos produtores rurais no município de Placas morto a tiros na manhã de sábado (15). O líder rural da Região do Baixo Amazonas foi morto com pelo menos três tiros à queima-roupa no bairro Alvorada, em Rurópolis. O crime contra Tampone foi cometido por volta das 8h e, segundo a ocorrência policial, dois homens em uma moto seriam os responsáveis pela execução.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o órgão solicitou a investigação e atuação policial frente à possibilidade de violência no campo em Rurópolis - e que já havia solicitado intervenção policial e investigações sobre os conflitos agrários e ambientais que ocorriam na região podem ter levado à morte de Mineiro. O MPF afirmou ainda que a Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal "estavam informadas da situação". Segundo o MPF, desde 2017 o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também já havia recebido "recomendação para atuar contra a invasão de terras públicas na área”.

Procurada pela reportagem, a Polícia Federal disse que a Superintendência Regional apurou os crimes ambientais na região através da instauração de inquérito policial concluído no mês de agosto. Quatro pessoas foram indiciadas pela Delegacia de Polícia Federal em Santarém. Contudo, segundo a PF, "crimes comuns, como o homicídio citado, não fazem parte das atribuições do órgão e que delitos ambientais envolvendo a União, sim, e foram apurados".

A Polícia Militar informou, também por meio de nota oficial que, no final de agosto, o Comando Regional de Policiamento 10 de Itaituba diligenciou uma ação até aos assentamentos localizados no travessão conhecido como “Pulu”, no município de Placas. Na área, os militares da 17ª Companhia Independente da PM, baseada na cidade de Rurópolis, apreenderam três espingardas e um rifle. Os armamentos foram apresentados na Unidade Integrada ProPaz (UIPP) de Placas. "Os militares da 17ª CIPM mantêm rondas preventivas na área de conflito. Desde abril deste ano, a Polícia Militar vem acompanhando a situação naquela área e informando ao MPF", afirma a Polícia Militar. Ainda segundo a nota, reuniões foram realizadas com os assentados e com supostos proprietários das áreas conflituosas, inclusive com Gilson Temponi presente.

Por fim, Polícia Civil disse que todos os casos de ameaças a trabalhadores rurais na região que foram registrados em boletim de ocorrência foram alvos de procedimentos apuratórios, ouvindo as vítimas e as pessoas indiciadas. "Os procedimentos instaurados foram encaminhados ao Judiciário para as devidas providências cabíveis", disse o comunicado oficial. A respeito de pessoas ameaçadas de morte na região de Placas, a Polícia Civil  disse que houve reforço de contingente deslocado à região para atuar na apuração dos fatos. "Estão desde terça-feira na região policiais civis da Superintendência Regional de Itaituba, da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Santarém e do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Santarém", conclui a nota. Até o momento, o Incra não se pronunciou sobre as demandas da reportagem.

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