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PF investiga ligação do tráfico de drogas com garimpos no Pará

Operação "Narcos Gold" foi iniciada nesta quinta-feira (4) para cumprir 12 mandados de prisão e 30 mandados de busca e apreensão em quatro estados

O Liberal

A Polícia Federal está investigando uma possível relação entre grupos de traficantes de drogas e garimpos no Pará. Na manhã desta quinta-feira (4), foi deflagrada a operação "Narcos Gold", com objetivo de cumprir 12 mandados de prisão preventiva e mais 30 mandados de busca e apreensão para desarticular a organização criminosa que atua há pelo menos três anos no oeste do estado.

Os mandados estão sendo cumpridos no Pará, em Goiás, em Tocantins e em São Paulo, expedidos pela 1 ª Vara Criminal da Justiça Estadual da Comarca de Santarém/PA. Além disso, foi determinado o sequestro de 12 aeronaves, bloqueio de valores em contas bancárias e indisponibilidade de diversos outros bens móveis e imóveis.

 "Hoje a PF foca não somente na apreensão, mas na descapitalização dos grupos criminosos, porque ela entende que a apreensão entra na contabilidade do crime. Já quando você retira o patrimônio de uma forma bem fundamentada, aquilo já impossibilita que o criminoso corra em novas situações aí de traficância", enfatizou o delegado-chefe da Delegacia de Santarém e presidente do Inquérito que deu origem à operação, Gecivaldo Vasconcelos Ferreira. 


"Conforme apurado, as pessoas físicas e jurídicas investigadas, estabelecidas em vários estados da federação, movimentaram mais de R$ 1 bilhão no período de 2017 ao início de 2021. A investigação revelou que o transporte da substância era realizado por meio de aviões que partiam de outros estados até o oeste do Pará, e neste local era feita a distribuição do produto ilícito para outras unidades da federação. Além disso, foi verificado que o grupo utilizava garimpos de ouro como base para pousos e decolagens no transporte de drogas e, também, como fachada para lavagem de dinheiro", informa a PF, por nota.

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Uma das hipóteses criminais investigadas pela Polícia Federal é a de que os investigados utilizavam notas fiscais de transações fictícias com ouro para justificar o patrimônio milionário. "Essa operação teve como ponto central a questão de branquear recursos oriundos do tráfico de drogas. Nós notamos que algumas das pessoas investigadas tinham como principal foco tentar dar aparência de legalidade ao patrimônio milionário que ostentavam, alegando que aquilo ali era proveniente da atividade de mineração de ouro", apontou ainda o delegado.

A operação envolveu mais de 130 policiais federais e teve o apoio logístico do Exército Brasileiro.

"Os crimes investigados no Inquérito Policial correspondente são de tráfico de drogas e associação para o tráfico (Art. 33 da Lei n° 11.343), corrupção passiva e ativa (Art. 317 e Art. 333 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (Art. 1° da Lei n° 9.613), cujas penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão", conclui a PF, em nota.

Polícia