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PF desarticula fraude em vestibular online de Medicina no Pará e outros três estados

A ação ocorreu nas residências de investigados no envolvimento nas fraudes

O Liberal

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (16/10) a 4ª fase da Operação Passe Livre, no Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. O objetivo é desarticular esquema criminoso responsável por fraudar vestibulares para ingresso em cursos de Medicina de faculdades particulares. Grupo resolvia prova para candidatos pelo custo de 2 mil.


A investigação é desdobramento das fases anteriores da Operação Passe Livre (deflagrada em fevereiro) que desvendou fraudes ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2022 e 2023. O nome “Passe Livre” faz alusão à facilidade para a concretização da fraude. 

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Durante a análise dos materiais apreendidos foram identificados, até agora, 63 investigados e provas fraudadas em quatro estados do país.

O fraude consistia em burlar o sistema de segurança das provas de vestibulares online de várias faculdades de medicina, permitindo, por exemplo, que terceiros tivessem acesso às questões das provas. Em outros casos, um dos investigados realizava as provas no lugar dos beneficiários da fraude. Foram identificadas situações em que o grupo chegou a fraudar provas para nove candidatos simultaneamente, utilizando-se de vários associados para resolver as questões da prova. 

Conforme a PF, restou confirmado, através de comprovantes de transferências bancárias, pagamentos relativos à compra da resolução das questões das provas. Os valores pagos pela realização das fraudes eram divididos entre os responsáveis por resolver ilicitamente as questões das provas. 

Até o presente momento, ainda segundo a PF, ficou evidenciada a associação de mais de 30 investigados para, criminosamente, realizar as provas no lugar de terceiros ou fornecer as respostas para inserção nos sistemas.

"O caso impressiona pela expertise e facilidade encontrada pelos criminosos em burlar os sistemas de segurança das provas online de vestibulares de medicina de várias faculdades", informa nota da PF. 

"Diante da repercussão nacional e da necessidade de repressão uniforme, foi exarada autorização do Ministro da Justiça e Segurança Pública para que a Polícia Federal investigasse o fato criminoso", acrescenta nota da PF. 

Se confirmada a hipótese criminal, os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, além de outros que possam ser identificados ao longo da investigação. 

Ainda conforme a PF, a princípio não há nenhum indicativo da participação das faculdades particulares nos crimes investigados. "Este estágio da investigação é tratado com as vítimas da prática dos crimes e das vulnerabilidades dos sistemas, aliado às habilidades dos criminosos em burlarem as provas online", destaca a PF. 

Defesa 

Mesmo sem citar o nome dos clientes, o Escritório Teixeira e Freires Advogados, que representa um grupo de pessoas investigadas na ação da PF, enviou uma nota à Redação Integrada de O Liberal.

“O Escritório Teixeira e Freires Advogados informa que está acompanhando de perto as operações de busca e apreensão realizadas hoje, 16 de outubro de 2024, na cidade de Marabá. O advogado de defesa Diego Adriano Freires ressalta que a defesa está atenta aos desdobramentos dos casos e já está tomando todas as providências legais cabíveis após o acesso aos autos da investigação para garantir os direitos e interesses dos 10 investigados que estão representando”, diz a nota. A defesa ainda ressaltou que permanece à disposição para eventuais esclarecimentos.

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