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'Pelo menos, mais uma pessoa participou do crime', diz delegado do caso Édrica

Édrica Silva, de 19 anos, foi baleada no dia 11 deste mês e morreu quatro dias depois. O suspeito do crime, Edisandro de Jesus da Costa, de 32 anos, se entregou na segunda-feira

O Liberal

​O delegado Francisco Adriano Costa, diretor da Delegacia da Cabanagem, afirmou na tarde desta quarta-feira (24), em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, que a Polícia Civil trabalha, agora, na tentativa de localizar o segundo suspeito de participar do feminicídio contra a jovem Édrica Silva, de apenas 19 anos, no dia 11 deste mês, no Conjunto Jardim Sideral, em Belém.

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“Eu estou convencido de que, pelo menos, mais uma pessoa participou do crime”, afirmou o delegado. Ele contou, ainda, que esse segundo suspeito estaria dirigindo o carro preto usado no dia do crime. O veículo foi localizado em Abaetetuba, nordeste paraense, na última segunda-feira (22). Dentro do automóvel, a polícia encontrou uma arma. Ambos passaram por perícia nesta quarta-feira, e o resultado deve sair nos próximos dias.

O principal suspeito de atirar contra Édrica e uma amiga dela, que sobreviveu, se entregou à polícia na última segunda-feira (22). Edisandro de Jesus da Costa, de 32 anos, se entregou ao Quartel do Comando do II BIS, na companhia de um advogado. Ele permanece preso em um quartel não divulgado pelo Exército, por motivos de segurança, e está à disposição da Polícia Civil.

No momento da apresentação, Edisandro ficou em silêncio, segundo o delegado Francisco. “Ele não confessou o crime, mas também não negou. Ele não usou a oportunidade que tinha de falar. Preferiu ficar calado”.

Várias testemunhas do crime já foram ouvidas pela Polícia Civil, no processo que investiga o caso. Uma delas, a amiga de Édrica, baleada na perna no dia do crime, teria reconhecido Edisandro. “A própria Édrica, no trajeto até o hospital, falou que era ele”.

De acordo com o delegado Francisco Adriano, Edisandro é um militar temporário do Exército Brasileiro, cujos serviços já estão se encerrando. Devido a isso, ele poderá ser transferido para uma unidade prisional da capital, para aguardar o andamento das investigações e encaminhamentos da Justiça.

Estelionato

Investigando o crime de feminicídio, o delegado Francisco Adriano descobriu que Edisandro já tinha envolvimento com atividades ilícitas. “Ele faz parte de uma quadrilha que aluga carros, tira o rastreador e revende a preços mais baixos”, revelou o delegado, ao acrescentar que inclusive o veículo utilizado no dia do crime já havia sido vendido para um comprador da cidade de Abaetetuba pelo valor de R$ 15 mil. “A pessoa que recebeu o pagamento já foi ouvida e, possivelmente, faz parte da mesma quadrilha que o Edisandro”, concluiu.

Relembre o caso

A jovem Édrica Silva foi atingida por três tiros na noite de 11 de novembro, quando voltava de um ponto de lanche na praça do Sideral em companhia de uma amiga. No caminho para casa, um carro parou perto das duas e o passageiro do banco de trás saltou anunciando um assalto. Porém, antes que qualquer uma delas tivesse a chance de entregar seus pertences, o atirador iniciou uma sequência de disparos que teve Édrica como o principal alvo.

A amiga, ferida na perna, foi levada a uma emergência e liberada. Mas Édrica, ferida com gravidade, precisou ser levada ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, onde morreu quatro dias depois.

Polícia