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Paraense presa na Indonésia: defesa alega falta de ajuda da embaixada brasileira

A previsão do advogado Davi Lira é de que ele converse com a jovem nos próximo dias

Saul Anjos
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O advogado criminalista Davi Lira da Silva, responsável pela defesa de Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, disse à redação integrada de O Liberal, na tarde desta quarta-feira (1º), que está tendo dificuldades em obter ajuda da embaixada brasileira em Jacarta, capital da Indonésia. A jovem está presa no país do sudeste asiático desde o dia 31 de dezembro do ano passado, por tráfico de drogas. Ela foi capturada pelas autoridades uma hora antes do ano novo com 2,5 quilos de cocaína. 

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De acordo com Davi, um pedido formal foi encaminhado há seis dias, na última quinta-feira (26). A resposta da representação brasileira na Indonésia, que chegou na madrugada desta quarta-feira (1º), não agradou a família de Manuela.

O retorno da embaixada fala que, por conta de a sede ser em Jacarta, e a paraense estar presa em Bali, ilha que fica a mais de mil quilômetros de distância, “não há planos de visita a ela nas próximas semanas”, mas que a previsão seria ainda neste mês, deixando a data ainda em aberto.

Além disso, a embaixada orientou Davi que a melhor ajuda para Manuela seria “contratar um bom advogado” da Indonésia. Ele afirma que, nos próximos dias, deve conversar com a paraense. O advogado também esclareceu que a paraense não permanece como presa provisória e será encaminhada ao sistema penitenciário do país. 

“Não conseguimos falar com a Manuela, só quem consegue é a embaixada e apenas de forma intermediária. E essas são as poucas respostas que temos. Sentimos que a embaixada aparenta estar distante da situação da ‘Manu’. Possivelmente, eu conversarei com ela amanhã (quinta-feira) e teremos uma atualização sobre como está tudo. O que sabemos é: ela não vai ser considerada presa provisória. A grande questão é que não informaram o sistema penitenciário para onde ela vai”, disse Lira.

A redação integrada de O Liberal solicitou um posicionamento do Ministério das Relações Exteriores sobre o caso e aguarda retorno. 

Dinheiro da vaquinha é importante para ajudar a paraense

Familiares da jovem criaram uma arrecadação on-line para ajudá-la. A vaquinha conta com 22 apoiadores. O valor acumulado vai ser voltado para um advogado especialista em tráfico internacional na Indonésia, que custa entre U$ 100 e 150 mil (o equivalente a R$ 505 e R$ 758 mil). “Não conseguimos muito dinheiro ainda. O fato da contratação desse especialista ser em dólar, dificulta ainda mais, porque precisamos ainda contar com o dinheiro das passagens de um familiar para Indonésia, que deve custar uns R$ 20 mil”, relata a defesa.

Apesar da dificuldade, ainda há esperança. Davi acredita que conseguirá reduzir a condenação de Manuela, conforme as leis regentes na Indonésia, com auxílio do profissional de tráfico internacional. “Há uma chance de pegar uma redução de pena da Manuela, fazendo com que ela não seja sentenciada à morte ou prisão perpétua. Ela não é uma narcotraficante, somente foi utilizada como uma ‘mula’ para levar a droga”, explicou Lira.

O Itamaraty se manifestou por meio de nota. Leia abaixo na íntegra:


“O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Jacarta, tem conhecimento do caso e vem prestando a assistência consular cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.
Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização da cidadã envolvida. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a brasileiros no exterior.”

Sobre o caso

Manuela foi enganada por uma organização criminosa com a promessa de uma viagem à Indonésia. Em troca de estadia e aulas de surf, ela iria levar uma encomenda. Davi afirma que a cliente não sabia o que era a carga transportada e que, somente ao chegar ao destino, foi constatado ser cocaína.

O advogado comentou que ela ainda tentou não ir à viagem, mas os criminosos alegaram a ela que "as passagens estavam compradas e, caso ela não fosse, o dinheiro precisaria ser devolvido". A situação assustou a jovem, que decidiu arrumar as malas e partir para a Indonésia. Entretanto, ao chegar no país, foi detida

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