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Pará registra 24 casos de feminicídio em pouco mais de 5 meses

O caso mais recente foi com Rayana Rocha Thomas, de 25 anos, morta com 22 facadas num motel do bairro da Pedreira, em Belém. O sepultamento da jovem será nesta quarta-feira, 14

João Thiago Dias

Em pouco mais de 5 meses, de janeiro a 5 de junho de 2023, o Pará computou 24 casos de feminicídio, que, segundo o Código Penal, é "o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino". O balanço foi divulgado nesta terça-feira (13), pela Secretaria de Segurança Pública e defesa Social do Pará (Segup).

O caso mais recente ocorreu na noite da última segunda-feira (12), no Dia dos Namorados, dentro de um quarto de motel no bairro da Pedreira, em Belém, quando Rayana Rocha Thomas, de 25 anos, foi morta com 22 facadas. Policiais militares que atenderam a ocorrência informaram que Samuel Ferreira da Silva, de 35 anos, estava com a vítima no local e foi o responsável pelo crime.

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Ainda segundo a PM, o gerente arrombou a porta do quarto e encontrou Rayana caída ao chão. Neste momento, Samuel estaria desferindo facadas em si mesmo. O homem apresentava ferimentos superficiais na região do peito. Ele foi encaminhado para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, na Grande Belém. De acordo com informações de familiares da vítima, até a noite de ontem (13), ele permanecia internado e estava sob custódia da polícia.

Os funcionários do motel constataram que a arma usada no crime não pertencia ao estabelecimento onde ocorreu o assassinato. A polícia acredita que Samuel tenha levado a faca consigo para o local e, possivelmente, planejou o assassinato da jovem antecipadamente. Até o momento, o grau de envolvimento entre Samuel e a vítima não foi esclarecido. A Polícia Civil é responsável pela investigação do caso.

Investigação

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Delegacia de Feminicídios e pela Divisão Especializada no Atendimento à Mulher, em Belém.

"O suspeito foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio e levado para receber atendimento médico no Hospital Metropolitano. Após isso, será conduzido à delegacia onde prestará depoimento e ficará à disposição da justiça.", detalhou a nota da PC.

Sepultamento 

O corpo de Rayana Rocha Thomas será sepultado na manhã desta quarta-feira (14), no Cemitério Parque das Palmeiras, em Marituba. Segundo familiares dela, a jovem trabalhava como cambista de jogo do bicho, no bairro da Pedreira. Ela estava separada há duas semanas de uma relação de cinco anos e estava morando com a mãe. Deixou um casal de filhos, um menino de nove anos e uma menina de seis anos

Na tarde desta terça-feira (13), a reportagem da Redação Integrada de O Liberal conversou com os irmãos da vítima para saber mais sobre a relação entre Rayana e Samuel. A irmã, Rainy Rocha Thomas disse que a família não tinha conhecimento da existência de Samuel na vida de Rayana.

Outro crime na Pedreira 

Outro crime recente ocorreu no dia 2 de junho, por volta das 5h, na travessa Antônio Baena, entre as avenidas Visconde de Inhaúma e Marquês de Herval, também no bairro da Pedreira, em Belém. Silvina Santos Freitas de Oliveira, de 53 anos, foi morta a facadas dentro da casa dela. De acordo com a Polícia Militar, o responsável pelo crime foi o companheiro dela, Flávio Cavalcante Sarmento, 29 anos, que já tinha passagem pela polícia por roubo à mão armada e furto simples. 

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Eles moravam juntos em uma quitinete, que estava toda bagunçada, indicando possível briga, segundo alguns vizinhos. A polícia explicou que, logo após o crime, Flávio fugiu pelos telhados da vizinhança, já perto do estádio da Curuzu e do canal da Marquês. Nesse local, segundo a PM, o homem tentou se matar tocando em fios elétricos em um poste.

Flávio foi atendido no Hospital Metrpolitano, em Ananindeua. A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Feminicídios, em Belém. E que o suspeito do crime foi preso em flagrante e está à disposição do Poder Judiciário.

Crime em Ananindeua

No dia 3 de abril deste ano, Danielle Rocha Goyana, 41, foi assassinada com um golpe conhecido como “mata-leão”. De acordo com a polícia, a investigação aponta que o crime foi cometido pelo próprio marido dela, o gerente comercial e praticante faixa preta de jiu-jitsu, Fábio Anderson Ribeiro Andrade, 45, que teria tentado suicídio após o crime. 

O casal estava junto há 15 anos e tinha um filho de 5. Durante uma entrevista à TV Liberal, um familiar da vítima informou que a vítima e o suspeito estavam em processo de separação. E que Fábio não aceitava o término. Durante audiência de custódia realizada no dia 4 de abril, o juiz Emanoel Jorge Dias Mouta, da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Ananindeua, decretou a prisão preventiva do réu. Houve audiência de instrução e julgamento em 31 de maio. Ainda há um rito de procedimentos até o júri.

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Medidas contra o crime

Em nota, a Segup reforçou que o Estado dispõe de medidas contra esta prática, como a operação Maria da Penha”, aplicativo SOS Maria da Penha, Patrulha Maria da Penha, o Alerta Pará, e ainda, o Programa Pró-Mulher Pará, além das campanhas de incentivo à denúncias para os canais da Segurança Pública, bem como, o Disque-Denúncia por meio do atendimento convencional pelo número, 181, ou ainda, via Whatsapp (91) 98115-9181 por meio do canal da IARA (Inteligência Artificial Rápida e Anônima).

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