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Operação apura desvios de R$ 23 milhões na Universidade Federal Rural da Amazônia

Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em Belém e Ananindeua

Redação Integrada

Polícia Federal (PF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) deflagaram na manhã desta quarta-feira (27) a "Operação Saldo Zero". A força-tarefa apura a atuação de organização criminosa responsável por desviar recursos públicos destinados a projetos de pesquisa, transferidos pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) à Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (Funpea).

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Segundo as investigações, dos R$ 23 milhões repassados à Funpea, entre 2014 e 2018, nenhum dos objetos previstos em 16 projetos examinados foi concluído, sendo que a maioria sequer foi iniciada. Além disso, não existe perspectiva de conclusão dos projetos em virtude da situação de insolvência da Fundação. Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão nos municípios de Belém (PA) e Ananindeua (PA). O trabalho conta com a participação de 12 auditores da CGU, além de policiais federais e servidores do MPPA.

A investigação, iniciada em 2018, teve origem a partir de denúncia da Reitoria da UFRA, que ao implementar controles internos recomendados pela CGU, identificou fraudes em extratos bancários apresentados pela Funpea.

PRESOS

Um dos presos na operação é o atual subchefe da Casa Civil do governo do Estado, Jardel Rodrigues da Silva. Rodrigues foi superintendente regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e é diretor administrativo financeiro da Funpea, desde novembro de 2018.

Jardel Silva foi preso em um apartamento no bairro do Jurunas, na manhã de ontem. Ele e os demais presos na operação, ouvidos ontem pelo delegado da Polícia Federal Bruno Benassuly, foram encaminhados ao sistema prisional.

Esta quinta (28), uma audiência de custódia na Justiça Federal decide se os cinco presos na operação de ontem (25) continuarão detidos

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

A organização criminosa, segundo apurou a força-tarefa, é composta por servidores ativos da UFRA, eleitos para cargos de direção da Funpea; sócios de empresas fornecedoras de bens e serviços; e funcionários da Fundação.

De acordo com as investigações, os recursos eram desviados principalmente pela contratação de empresas ligadas a funcionários da Funpea por meio de licitações direcionadas. Somente uma empresa “de fachada” vinculada a ex-empregados recebeu pagamentos que totalizam R$ 12.035.399,64 para prestação de serviços de assessoria, porém não comprovados.

O nome Saldo Zero faz referência aos valores encontrados nascontas correntes dos projetos, cujos recursos foram integralmente desviados pela organização criminosa.

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