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Nova fraude no Enem é investigada pela Polícia Federal em Marabá, no Pará

Operação Passe Livre III, deflagrada nesta terça-feira (21), investiga um novo caso de ilegalidade na realização do exame nacional no ano de 2022

O Liberal

A Polícia Federal do Pará investiga um novo caso de fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Marabá, sudeste paraense. Na manhã desta terça-feira (21/5), foi deflagrada a Operação Passe Livre III com mandado de busca e apreensão contra um suspeito de ter sido beneficiado com a fraude. Conforme a PF, o irmão desse suspeito pode ter feito a prova do Enem 2022 no lugar dele. A Polícia Federal não divulgou os nomes dos envolvidos no caso. 

A PF detalhou que, na casa do suspeito, foi apreendido um aparelho celular, que ele jogou pela janela do banheiro ao perceber a chegada da equipe policial. O aparelho será analisado para esclarecer o caso e verificar se há outras fraudes semelhantes. As investigações seguem em andamento.

O investigado desta terça-feira foi aprovado no Enem 2022 e teve ingresso ilegítimo no curso de Engenharia na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). A PF apura se a prova foi realizada pelo irmão do suspeito. Segundo a PF, esse irmão é um dos alvos investigados desde a Operação Passe Livre I, por ter sido aprovado no Enem 2022 e conseguido ingresso irregular no curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará (Uepa), num cenário onde quem fez a prova por ele foi outra pessoa, que também não teve nome divulgado.

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O delegado de Polícia Federal Ezequias Martins, responsável pelo inquérito da fraude ao exame, explicou que esse esquema da nova fraude foi descoberto por acaso, a partir da análise de documentos e eletrônicos apreendidos na primeira fase da operação, em fevereiro, "onde foram arrecadados diversos elementos de prova, incluindo vários aparelhos eletrônicos".

“A partir da análise do telefone do seu irmão, restou evidenciado que o seu irmão realizou a prova no seu lugar para que conseguisse a aprovação no Enem e utilizar a prova para ingressar na Unifesspa. As investigações seguem em andamento”, contou. 

Primeira operação

Na deflagração da primeira fase operação, em fevereiro em 2024, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém havia sido preso, conforme acrescentou a PF. Por sua vez, na deflagração da segunda fase, um dos investigados foi preso preventivamente, sendo colocado em liberdade provisória mais tarde, tendo em vista oferecimento e recebimento da denúncia pela Justiça Federal.

A nota da PF finaliza destacando que, se confirmada a hipótese criminal, os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, estelionato com causa de aumento de pena, entre outros.

Nota da Unifesspa

Em nota divulgada nesta terça-feira (21), a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) comentou que a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

"A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) está colaborando com as investigações conduzidas pela Polícia Federal e aguarda a conclusão do inquérito policial para tomar as medidas cabíveis", detalha a nota.

Errata:

O texto foi editado às 11h do dia 21 de maio, após a Polícia Federal do Pará reconhecer que errou ao divulgar informações que causaram dúvidas a respeito da operação "Passe Livre III". Primeiro, a PF do Pará divulgou informações que levaram a entender que o novo suspeito já era investigado em fraude anterior. Em seguida, informou que o suspeito da operação desta terça-feira é irmão de outro investigado por fraude no Enem.

Inep

Já o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), informou, por meio de nota, que o todos os processos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são planejados e executados com estratégia de segurança. "O Inep conta com o apoio da Polícia Federal nas ações de investigação e combate a tentativa de fraudes", diz a nota.

"A Autarquia trabalha no aprimoramento dos protocolos de acompanhamento e segurança da prova e apresentará novas informações em momento oportuno, de forma a não comprometer o sigilo de dados que são essenciais à aplicação segura do Enem deste ano", acrescenta o Enem sobre o caso.

Uepa

Em nota divulgada também terça-feira (21), a Uepa informou que já tomou providências sobre o caso. “A Universidade do Estado Pará (Uepa), informa que André Rodrigues Ataíde solicitou o cancelamento da matrícula. Após decisões da Comissão de Sindicância Interna, Moisés Oliveira Assunção e Eliesio Bastos Ataíde continuam impedidos de dar continuidade à vida acadêmica na universidade. Esclarecemos que as decisões sobre o cancelamento definitivo das vagas dos estudantes depende da finalização dos processos judiciais movidos pelos envolvidos e que a Uepa segue alinhada no cumprimento da justiça”, diz a nota na íntegra.

Se o advogado de um dos citados na matéria quiser se manifestar, o Grupo Liberal se coloca à disposição. 

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