MPPA requer que militar acusado de duplo feminicídio continue preso e seja submetido a júri popular
Joelson Alves de Souza esfaqueou até a morte a ex-companheira, Tamires Ferreira Abdon, e a amiga dela, Jéssica Araújo Bezerra Mesquita, em janeiro deste ano, no bairro do Guamá, em Belém
O Ministério Público do Pará (MPPA), por meio do Promotor de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Franklin Lobato Prado, apresentou alegações finais diante do caso de duplo feminicídio ocorrido no início deste ano, em Belém. Além da manutenção da prisão preventiva, a promotoria requer que o réu, o militar aposentado da Aeronáutica Joelson Alves de Souza, seja submetido a júri popular. A informação foi divulgada pelo MPPA na tarde desta sexta-feira (2).
LEIA MAIS:
- Militar aposentado mata esposa e amiga a facadas no bairro do Guamá, em Belém
A primeira audiência do caso foi realizada no dia 10 de maio, quando foram ouvidos os policiais e familiares das vítimas. Na ocasião, o Ministério Público requereu a inserção dos laudos periciais aos autos, e uma nova audiência foi marcada. A segunda audiência foi realizada no dia 26 de maio, ouvindo testemunhas de defesa e agendando uma terceira audiência para ouvir o réu que, na ocasião, decidiu permanecer em silêncio.
Em suas considerações finais, a promotoria requer a "manutenção da prisão preventiva do réu, que está recolhido desde o dia do crime, visto que o Art.312 do Código de Processo Penal prevê o recolhimento do acusado a estabelecimento prisional para assegurar a aplicação da pena, considerando a informação em depoimento de que, em liberdade, o acusado poderá fugir para sua terra natal."
Relembre o caso
O militar aposentado Joelson Alves de Souza assassinou, com golpes de faca, a ex-companheira, Tamires Ferreira Abdon, e a amiga dela, Jéssica Araújo Bezerra Mesquita, no começo da tarde de sábado, 30 de janeiro, em um apartamento na travessa Barão de Mamoré, bairro do Guamá, em Belém.
Segundo informações dos vizinhos, por volta de meio dia, foi ouvida uma gritaria intensa e pedidos de socorro vindos do primeiro andar, no apartamento 105, onde o casal residia. Em seguida, tudo ficou em absoluto silêncio no imóvel. A vizinhança, assustada e temendo pelo pior, acionou a polícia para verificar o que teria acontecido no interior do apartamento.
Ao chegar no local, os policiais do 20º Batalhão da Polícia Militar (20º BPM) já encontraram os corpos das duas mulheres estirados na cozinha da residência, sem vida. Ao redor, poças e rastros de sangue indicavam luta corporal violenta entre as vítimas e o assassino, que também foi achado no local com ferimentos de arma branca. No corpo de uma das vítimas, foi encontrada uma faca, ainda fincada na região do pescoço.
Familiares das vítimas informaram às autoridades que a motivação do acusado seria o fato de estar inconformado com o término do relacionamento, e acreditar em uma relação inexistente entre as vítimas. Palavras ofensivas de caráter homofóbico foram encontradas pelos policiais nas paredes do apartamento.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA