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MP oferece denúncia contra policial militar da reserva por morte de torcedor do Remo

O caso aconteceu em abril deste ano, após o término da primeira partida da final do campeonato paraense entre Remo e Paysandu, no Estádio Mangueirão

O Liberal

O Ministério Público do Pará (MPPA) ofereceu denúncia ao Poder Judiciário contra Cristóvão Augusto Alcântara Evangelista, policial militar da reserva remunerada, pela morte de Paulo Alexandre Silva Dias, torcedor do Clube do Remo, por homicídio qualificado por motivo torpe. O crime aconteceu no dia 7 de abril deste ano, no estacionamento do Estádio Mangueirão, após um Re-Pa. Cristóvão se apresentou às autoridades dois dias depois e foi preso de forma temporária. Duas semanas atrás, a Polícia Civil o prendeu novamente, mas, dessa vez, de forma preventiva. 

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Conforme consta da denúncia, foi apurado durante o inquérito policial que no dia dos fatos, após o jogo entre Clube do Remo e Paysandu, primeira partida da final do campeonato paraense, durante a dispersão do público, ocorreu uma briga entre membros das torcidas organizadas conhecidas como “Pavilhão 6” e “Maior do Norte” (antiga Remoçada).

Durante o desentendimento entre as torcidas, o acusado, que não estava envolvido na discussão, efetuou diversos disparos indiscriminadamente em direção aos membros das duas torcidas organizadas envolvidas na briga, atingindo Paulo Dias, de acordo com o MPPA. Em decorrência da lesão sofrida, a vítima foi a óbito ainda no local do crime.

De acordo com as investigações, o denunciado teria sacado arma de fogo e disparado diversas vezes contra as torcidas, o que foi negado pelo militar, que afirmou ter atirado para o alto.

Ocorre que após análise das imagens, o depoimento de testemunhas, a direção do tiro e a perícia no cartucho encontrado, ficou confirmado que o disparo que tirou a vida do torcedor saiu da arma do denunciado.

Diante das provas, a Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri ofereceu a denúncia e o cabo da reserva responderá por homicídio qualificado por motivo torpe (Artigo 121 §2°, I do Código Penal), que prevê a pena de reclusão de 12 a 30 anos.

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O caso

Após investigações, a Delegacia de Proteção ao Torcedor e de Grandes Eventos (DPTGE/DIOE) concluiu o inquérito policial e indiciou Cristóvão Evangelista por homicídio doloso qualificado por motivo fútil. 

Segundo a PC, o laudo balístico comprovou que os estojos coletados no local do crime apresentaram compatibilidade com uma das armas apreendidas pela polícia, que pertenciam ao policial militar da reserva. A análise das imagens, inclusive, apontou que Cristóvão foi o único a atirar no momento do crime.  

Polícia