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Motorista que atropelou e matou Rodrigo Monstro diz à Polícia Civil que queria 'dar um susto'

Cenas fortes do crime, registradas no posto de gasolina, porém, contrastam com versão do acusado

Redação Integrada

Após cerca de cinco horas de depoimento na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, em Belém, o motorista de aplicativo, Jefferson Roger Maciel Barata, 22, acusado de atropelar e matar o lutador de MMA, Rodrigo Lima, conhecido como Rodrigo Monstro, no último domingo (21), concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (26).

Jefferson Barata afirmou que não teria jogado o seu carro contra o lutador, e que a manobra teria sido feita apenas para "dar um susto" - o que, segundo ele, teria acabado como "uma fatalidade".

A versão contrasta com as imagens gravadas por câmeras de segurança do posto de gasolina onde ocorreu o crime.

Jefferson Barata foi ouvido pelo delegado Eduardo Rollo e chegou à Divisão de Homicídios da Polícia Civil, acompanhado do advogado de defesa, Marco Antônio Pina, por volta das 10h30.

Coletiva

Antes do início do depoimento do acusado, o advogado Marco Pina conversou com a imprensa, dando a versão das circunstâncias do crime e explicando como Jefferson Barata havia se escondido na casa de familiares, e porque teria decidido se apresentar à polícia.

Mais tarde, o próprio acusado concedeu entrevista coletiva. Dentre as novas informações que surgiram sobre o caso, Jefferson disse que se casaria na manhã desta sexta-feira (26).


"Na verdade, não joguei o carro em cima das pessoas", argumentou Jefferson. "Fui agredido violentamente, sem poder de revidar. Ele (Rodrigo) era bem maior que eu e sabia lutar. Por questão de segundos eu perdi a cabeça e fui com o carro para dar um susto. Mas acabou numa fatalidade", disse o motorista de aplicativo, logo após prestar depoimento.

Versão

Jefferson Barata detalhou sua versão do episódio da agressão que supostamente teria sofrido e sobre os momentos que antecederam a discussão e o crime.

Ouça a entrevista coletiva de Jefferson Barata na íntegra:


"Desde o começo da viagem ele (Rodrigo) estava normal, calado. Ele inclusive entrou no carro brincando comigo. Por um fato que ocorreu anteriormente, por terem falado que pagariam um adicional por uma pessoa que entraria no carro... Não pelo fato dela ter falado isso, mas pela forma como ela falou. Isso já me deixou fechado. Então, quando ele entrou no carro, já não foi simpático, nem antipático. Só não respondi à brincadeira dele, que disse: é mano, é difícil segurar quatro mulheres", detalhou Jefferson.

Sobre a discussão que teria ocorrido dentro do automóvel, Jefferson alegou, em sua versão, ter pedido para falarem mais baixo. "Eu só alterei o volume da minha voz quando pedi que ela fizesse... diminuísse o volume da voz dela... porque elas vinham falando muito, muito alto. Isso me incomodou", afirma o motorista de aplicativo, dizendo que logo depois teria sido agredido com socos, várias vezes.

Preso

Após conceder a entrevista coletiva, o motorista de aplicativo, Jefferson Roger Maciel Barata, teve a prisão preventiva decretada pela Polícia Civil.

O acusado foi encaminhado para a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) e, posteriormente, conduzido para o Centro de Recuperação do Coqueiro, no Conjunto Satélite.

A casa penal geralmente abriga acusados que estão sofrendo ameaças de morte.

Jefferson Barata vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe, fútil, e tentativa de homicídio.

O crime é considerado doloso, porque o acusado assumiu o risco da ação que levou à morte do lutador.

Polícia