Motorista envolvido em acidente que decapitou adolescente no Pará se apresenta à Polícia
Em depoimento, suspeito diz que se escondeu com medo de ser morto após o acidente
O motorista da caminhonete envolvido no acidente que decepou a cabeça da adolescente, Dayza da Silva Castro, de 17 anos, em Paragominas, no dia 22 de maio deste ano, se apresentou na delegacia da cidade, no sudeste do Pará, nesta quarta-feira, 11. A informação foi confirmada pelo delegado de Polícia Civil à frente do caso, nas redes sociais. De acordo com o relato do delegado, o suspeito, que não teve o nome divulgado, alegou que esteve escondido desde o dia do acidente com medo de ser morto.
Segundo o delegado, as investigações a partir de imagens de câmeras de segurança localizadas próximo ao local do acidente apontaram o suspeito, que foi intimado a comparecer à delegacia, mas inicialmente não foi localizado no seu endereço de residência, conforme relata a autoridade policial em vídeo divulgado em um perfil no Instagram:
"Próximo ao local [do acidente] identificamos duas câmeras de segurança: no posto, no KM 12, e também mais à frente. Através dessas imagens, conseguimos identificar uma caminhonete de cor escura, com carroceria de madeira, normalmente utilizada por fazendeiros ou pessoas que trabalham no campo, agricultores. As imagens não eram claras o suficiente para ver a placa. Algumas testemunhas indicaram suspeitos e a polícia, utilizando o banco de dados, fez consultas e vimos que um determinado suspeito tinha na sua posse uma caminhonete que batia com as características daquela do acidente."
O delegado detalha que foi até o endereço do suspeito, mas ele não se encontrava no local no momento. No entanto, em contato com o advogado do indivíduo, puderam confirmar seu envolvimento com o caso: "Posteriormente, o advogado dele entrou em contato conosco e disse que ia apresentar o indivíduo junto com a caminhonete que ele estava dirigindo. O próprio advogado disse que foi o indivíduo que atropelou Daysa e a Valéria. Hoje ele foi interrogado aqui na delegacia por quase duas horas, ele disse que ficou escondido na sua própria fazenda, porque ele disse que foi ameaçado", diz o delegado.
Ao longo do interrogatório, o suspeito contou que estava conduzindo a sua caminhonete, e que Daysa e a garupa da motocicleta, identificada como Valéria, invadiram o seu lado da pista. O delegado refuta essa informação: "A perícia não leva a crer que foi isso, mas que na verdade ou o motorista invadiu a pista da Daysa ou ele estava trafegando nas duas pistas. Então, essa fala dele é desconexa com a realidade que nós vimos no local do fato".
O suspeito também teria dito, no depoimento, que ouviu o barulho da pancada do acidente e chegou a parar cerca de 300 metros depois. Ao olhar para trás, viu muita gente no local da colisão e teve medo de ser linchado, por isso, foi para a fazenda onde morava e permaneceu escondido até então. Segundo o delegado, o inquérito ainda será concluído e o suspeito pode ser indiciado por homicídio doloso ou culposo. "Nós já temos a caminhonete identificada, fizemos a perícia hoje. A investigação vai se aprofundar se o indivíduo fez ou não ingestão de bebida alcoólica", acrescenta.