Justiça conclui instrução de latrocínio contra engenheiro em Belém
Crime ocorreu no dia 10 de setembro do ano passado, após uma tentativa de assalto, no bairro de São Brás, em Belém. Dois homens em uma moto tentaram roubar o cordão do responsável de uma obra de demolição, na avenida Gentil Bittencourt
A juíza Cristina Sandoval Collyer, titular da 3ª Vara Criminal de Belém, encerrou nesta terça-feira (3), a instrução do processo que apura a participação dos envolvidos na morte do engenheiro civil Ruy Martins dos Santos Junior, 38 anos. O crime ocorreu no dia 10 de setembro do ano passado, após uma tentativa de assalto, no bairro de São Brás, em Belém. Dois homens em uma moto tentaram roubar o cordão do responsável de uma obra de demolição, na avenida Gentil Bittencourt. Um outro homem, que estava na parada de ônibus em frente ao local, foi atingido por uma bala perdida.
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Na audiência, a juíza ouviu o delegado do caso, Leandro Paes Vilas Boas, que presidiu o inquérito, prestou informações sobre a linha de investigação e contou como chegou aos denunciados. Na ocasião, a magistrada decretou a revelia de José Jefferson Resende de Souza, considerado foragido, uma vez que não foi localizado pela Justiça, nem compareceu ao Fórum, mesmo sendo notificado por edital.
O acusado Fabrício Carvalho Gomes, assistido pelo advogado Beidson Rodrigues Couto, foi interrogado, negou participação no crime e alegou não conhecer os dois outros coautores do latrocínio. O réu confirmou possuir antecedentes criminais por um caso de roubo, no qual foi condenado e cumpre pena.
A participação de Fabrício no crime seria “identificar pessoas com cordão de ouro e fornecer arma para o comparsa executar o roubo”, como consta na denúncia da promotoria. O advogado Beidson Rodrigues Couto, habilitado pelo réu, participou da audiência por vídeo conferência.
Além de Fabrício Gomes, também são acusados de envolvimento no crime José Jefferson, que está foragido, e Raimundo Cleber Lima Jorge, que executou o roubo e teve extinta a punibilidade por ter sido morto durante troca de tiros com a polícia durante a fuga.
Após as declarações de Fabrício Gomes, o processo entrou na fase dos memoriais finais, cabendo agora à promotoria de justiça, representada pelo promotor Roberto Souza, se manifestar por escrito sobre as acusações imputadas aos réus. Em seguida, os advogados habilitados pelos acusados apresentarão suas últimas alegações e, por fim, retorna à juíza para sentença.
O crime
Ruy era contratado para fazer a demolição de um imóvel que seria ponto comercial, obra que começou há cerca de duas semanas e tinha previsão para finalizar na próxima segunda-feira. Diante da abordagem, ele reagiu e sacou a arma. Houve briga e disparos — um deles atingiu o homem na parada de ônibus e um carro próximo —, até que o criminoso conseguiu balear a vítima fatalmente. Não houve chance de socorro para Ruy. Apesar de tudo, os assaltantes não levaram a pistola.
Quando a vítima foi morta, um familiar de Ruy contou que ele era praticante de tiro e já havia feito cursos. Quatro disparos o atingiram — três no tórax e um no braço. Os projéteis foram de munição 9 milímetros, um calibre restrito ao uso de forças armadas, indicando que a arma foi adquirida de forma ilegal pelos criminosos.