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Jornalista é ameaçado por policiais militares durante abordagem

Agentes não queriam ser filmados e ameaçaram balear o profissional caso não deixasse o local

Redação Integrada

Um jornalista do grupo Roma News foi ameaçado por policiais militares, na tarde deste sábado (24), enquanto trabalhava na cobertura do pré-jogo entre Paysandu e Atlético-GO, nos arredores do estádio da Curuzu, em Belém.

O jornalista, que estava a serviço do veículo e pediu para ter a identidade preservada, relatou que exercia o seu trabalho normalmente, conversando com torcedores sobre a expectativa para a partida.

Uma confusão começou por volta das 13h, próximo do cruzamento da Avenida Almirante Barroso e Travessa do Chaco, e, na tentativa de registrar o tumulto, o jornalista começou a filmar usando a câmera do celular.

De acordo com o jornalista, policiais militares abordaram pessoas que estavam próximas da confusão e iniciaram uma revista. Foi quando perceberam que estavam sendo filmados.

Os agentes liberaram os suspeitos e foram em direção ao jornalista, mandando-o embora e que, caso não obedecesse, poderia levar um tiro.

Acuado, o jornalista começou a se afastar, enquanto os policiais militares o seguiam e intimidavam. Ainda segundo o jornalista, uma escopeta com munição de borracha foi apontada para sua cabeça.

"Tentei explicar 'imprensa, imprensa', mas ao invés de falarem sobre o trabalho da Polícia Militar, tiveram essa atitude. Fiquei com medo e interrompi a gravação", comentou o jornalista, agora preocupado com possíveis retaliações. "Eram três policiais em duas motos; não consegui identificá-los adequadamente."


DIREITO CIVIL E LIBERDADE DE IMPRENSA

No Brasil, policiais civis e militares geralmente ficam incomodados quando suas ações são registradas em vídeo. Ora esses vídeos são produzidos por pessoas são comuns, ora são jornalistas exercendo o seu trabalho.

O Artigo 5º da Constituição Federal iguala todas as pessoas perante a lei. É um direito civil fiscalizar e manter controle das ações policiais para evitar abusos de autoridade e violência policial.

Além disso, no Artigo 144º é deixado claro que "a segurança pública é dever do estado, direito e responsabilidade de todos".

A Constituição Federal também reservou um capítulo dedicado à Comunicação Social, dos artigos 220º a 224º, que abrangem a liberdade de expressão, liberdade de imprensa, censura e outras questões relevantes para a sociedade.

Civis costumam ficar intimidados e desistir quando são questionados por autoridades policiais sobre o registro de suas ações.

Contudo, quando um jornalista no exercício da profissão é impedido de registrar um acontecimento, essa autoridade comete abusos contra princípios defendidos pelo GRUPO LIBERAL, independentemente do vínculo profissional.

A Redação Integrada de O LIBERAL entrou em contato com a Polícia Militar para um posicionamento, cuja assessoria de imprensa da corporação garantiu que irá se manifestar oficialmente sobre o caso.

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