Hétero Top: MP pede nova condenação para Maurício Filho em outro caso de estupro
Caso ocorreu há dois anos na residência do acusado; vítima teve partes íntimas dilaceradas
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) pediu, nesta quarta-feira (16), nova condenação para Maurício César Mendes Rocha Filho, que ficou conhecido como “Hétero Top”, pelo crime de estupro. O caso em questão ocorreu em agosto de 2021, na residência do acusado, no bairro do Jurunas, em Belém. A vítima, que terá identidade preservada nesta matéria, teve as partes íntimas dilaceradas, após relação sexual mantida forçadamente com Maurício. A reportagem de O Liberal teve acesso ao documento do processo, no qual a defesa da jovem sugere dez anos de prisão em regime fechado para o acusado. Procurado, o advogado Filipe Silveira, que trabalha na defesa da vítima, informou que ainda não vai comentar a decisão do MP.
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Em março deste ano, o MPPA ofereceu denúncia contra Maurício. Na época, fontes da Segurança Pública confirmaram à reportagem que a denúncia foi um desdobramento de mandado de prisão preventiva cumprido contra o acusado no dia 9 daquele mês, quando o rapaz já se encontrava recluso. Maurício foi preso em dezembro passado, durante a operação “Exposed”, da Polícia Civil do Pará, após vazar vídeo íntimo da influenciadora digital Luma Bonny.
Ainda em março, junto com a denúncia, o MPPA se manifestou favorável pela manutenção da prisão do acusado “tendo em vista a latente probabilidade da prática de novos delitos”. De acordo com o art. 213 do Código Penal Brasileiro, caracteriza-se como estupro “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. A pena de reclusão vai de seis a dez anos de prisão.
De acordo com o documento que contém a denúncia, a vítima procurou a Polícia Civil em dezembro do ano passado, após a prisão de Maurício pelo vazamento de vídeos íntimos de mulheres. A jovem relatou que conheceu o criminoso em uma festa na cidade e que ele teria sido bastante incisivo para encontrá-la novamente.
Vítima teve partes íntimas dilaceradas
Em um desses encontros, já na casa do rapaz, Maurício manteve relação sexual com a jovem, sem o seu consentimento e mesmo depois de ter sido advertido por ela.
As páginas documentais apontam que Maurício utilizou de extrema violência contra a mulher, que teve “esgarçamento da parede vaginal e laceração do períneo”, precisando, por isso, ser submetida a procedimento cirúrgico em um hospital da cidade.
Drogas e perseguição
O mesmo documento destaca também que, após a prisão de Maurício, outras mulheres foram encorajadas a procurar a polícia para denunciá-lo, também se apresentando como supostas vítimas de episódios semelhantes. Ainda conforme as páginas documentais, Maurício tinha uma espécie de “modus operandi”: drogava e abusava das vítimas sem o consentimento delas, com uso de extrema violência.
Uma das vítimas chegou a relatar à polícia que precisou se mudar de Belém para tratar a dependência química e se livrar do rapaz. No entanto, quando retornou, continuou sendo perseguida por ele.
Quem é Maurício Filho, o “Hétero Top”?
Maurício César Mendes Rocha Filho, que se autointitulava “Hétero Top” nas redes sociais, é dono de uma extensa ficha criminal. Conforme já noticiado pela reportagem de O Liberal, ele responde a pelo menos 15 processos na Justiça. As acusações envolvem crimes de estupro, estupro de vulnerável, ameaça, violência doméstica e perseguição. Os casos vieram ao conhecimento público após a morte da influenciadora digital Luma Bonny.
Maurício foi preso durante a operação “Exposed”, da Polícia Civil do Pará, suspeito de vazar vídeos íntimos da jovem. O crime ocorreu em 6 de novembro de 2022. Dois dias depois, Luma se jogou de um prédio localizado no centro de Belém. O rapaz está sob custódia da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e se encontra na Cadeia Pública de Jovens e Adultos (CPJA), em Americano, no município de Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém.
Segundo tem sido apurado pelo MPPA, Maurício Filho, em diversos momentos, abusou da confiança de suas vítimas, seja para fotografá-las e, posteriormente, expor as fotos em redes sociais, seja na práticas de crimes sexuais ainda mais graves, como estupro. Além disso, assim como em outros casos de repercussão, a partir do primeiro inquérito policial e, consequentemente, da prisão de Maurício Filho, diversas outras vítimas apresentaram suas denúncias perante à Polícia Civil, o que resultou em diversos pedidos de medidas cautelares, como busca e apreensão, bem como outras prisões por crimes igualmente graves.