Família de biomédica morta faz 21 pedidos para delegacia e entrega provas de agressões
Os advogados Marco Pina e Américo Leal, representantes da família de Karina Santos Pinto, pretendem colaborar com apuração da morte da jovem
Os advogados Marco Pina e Américo Leal, representantes legais da família da biomédica Karina Santos Pinto, morta no último sábado (24/08), solicitaram a realização de 21 diligências para a titular da Delegacia de feminicídio (Dfem), Carina Amaral da Luz. Os advogados também entregaram prints de conversas, fotos e vídeos em que Karina fala para amigas sobre as agressões e a possessividade do ex-namorado, o policial penal Davi Deus Pessoa.
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"Nós temos provas que ela era agredida por ele, espancada e humilhada. Tivemos acesso a vários e-mails, que ela passava, pressentindo que algo poderia acontecer e aconteceu. Temos muitas imagens dela machucada no rosto, no braço. Muito embora ela nunca tenha pedido medida protetiva. Existia um narcisismo dele. Há todo um contexto que mostra que ter havido um crime de feminicídio", apontou o advogado Mario Pina.
Segundo ele, há conversas em que Karina afirma para amigas ter tido o nariz quebrado pelas agressões. "Está surgindo muita prova e muitas coisas. Há prints de conversa dela com as amigas dizendo 'não posso sair porque o meu namorado quebrou meu nariz hoje'. Era uma relação conturbada. Ele era extremamente ciumento e possessivo", acusa o advogado da família.
Dentre os pedidos feitos nesta sexta-feira (30/08), estão a reprodução simulada do que aconteceu no carro do policial penal e várias perícias de DNA, sangue, necropsia e outros. Os advogados consideram ser de vital importância a realização da reprodução simulada, já que apenas Karina e Davi estavam no carro. "O nosso trabalho vai ser ajudar a polícia a formar uma convicção de que não foi suicídio foi feminicídio. As perícias vão ajudar muito nessa definição do que aconteceu", assegura Pina.
Ela contou que a jovem escondia da família ser vítima de violência doméstica. Karina também teria muito medo de denunciar Davi com receio do que ele pudesse fazer. "A Karina escondia muita coisa da família. Ela pedia segredo, porque não queria levar o caso para a polícia, o que poderia despertar a ira dele. Visivelmente ela tinha medo dele", diz.
O advogado adiantou que os dois se encontraram porque ensaiavam uma reconciliação. O relacionamento havia terminado, mas Davi estava procurando Karina para o casal voltar. "Eles estavam ensaindo uma reconciliação, tanto que ela havia dormido na noite anterior no apartamento dele. Muito embora, ela estivesse querendo engatar uma relação com outra pessoa, porque não aguentava mais as brigas e a violência. Ele é um cara extremamente bruto", declarou.
Defesa
O advogado de defesa do policial penal Davi Deus Pessoa, Dorivaldo Belém, se pronunciou sobre a habilitação dos colegas no caso. Ele reforçou a tese de que a biomédica se suicidou.
"Sobre o caso da jovem Karina que se suicidou, soube que os advogados Américo Leal e Marco Pina se habilitaram pela família. Olha, muito bem-vindo o trabalho e atuação desses colegas profissionais e competentes advogados criminalistas. Isso só vem ajudar a família a entender o que se processa nas investigações, nas provas periciais, então soma muito. Afinal de contas, o advogado criminalista tem for finalidade atuar nas questões criminais para ajudar a Justiça, para colaborar com a verdade real dos fatos", declarou.
Anteriormente, o advogado disse que o policial assumiu ter um relacionamento conturbado, mas negou o feminicidío.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou apenas que o caso é investigado sob sigilo pela Delegacia de Feminicídio (Dfem), vinculada à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).
Caso
A biomédica Karina Santos Pinto morreu em Belém no último sábado (24/08) após levar um tiro no tórax dentro do carro do ex-namorado Davi Deus Pessoa. O policial penal levou Karina ao Hospital Metropolitano, na rodovia BR-316, em Ananindeua, mas a jovem não resistiu. O agente de segurança se apresentou para as autoridades, se submeteu a todas as perícias e depois foi liberado.
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