Estudante desaparecido: Polícia Científica diz que corpo só pode ser identificado após DNA
Familiares do estudante Bruno Rafael Damasceno de Barros, 29 anos, dado como desaparecido desde o dia 6 de agosto, seguem afirmando que o corpo é do jovem
A Polícia Científica do Pará (PCP) informou na manhã deste sábado (13) que o corpo resgatado em estado de decomposição no Rio Maguari, bairro do Tenoné, em Belém, na última sexta-feira (12), aguarda exames de DNA para ser oficialmente identificado. Em meio aos procedimentos burocráticos para esse reconhecimento, familiares do estudante Bruno Rafael Damasceno de Barros, 29 anos, dado como desaparecido desde o dia 6 de agosto, seguem afirmando que o corpo é do jovem. Até o início da tarde do sábado (13), o irmão de Bruno estava no Instituto Médico Legal (IML), em Belém, aguardando a liberação do corpo. Outros familiares já estavam no Cemitério José de Arimatéia, em Marituba, na Grande Belém, aguardando para os ritos fúnebres de sepultamento.
"A Polícia Científica do Pará informa que o corpo encontrado nas margens do rio Maguari estava em avançado estado de decomposição e passará por exames de DNA, assim como as pessoas que fizeram procuração pelo corpo, para fins de confirmação do parentesco e liberação", explicou, em nota.
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Aldri Cavalcante, o irmão de Bruno, disse ao Grupo Liberal às 11h06 de sábado que estava no IML aguardando a identificação e liberação do corpo. “Toda família está no cemitério onde ele vai ser enterrado (Bruno). Disseram para gente que ainda precisa fazer o exame de DNA para ser identificado e depois liberado. O corpo não tinha mais as digitais nos dedos e nem a arcada dentária”, contou, em conversa pelo telefone.
O corpo foi levado para Instituto Médico Legal (IML) na tarde de sexta-feira (12) e, por volta de 16h30, a tia do do acadêmico, Lidiane de Pádua, confirmou que o corpo era do sobrinho. "Sim. Confirmado. Vimos o documento aqui no IML", disse Lidiane. Uma hora depois, Aldri também contou ao Grupo Liberal que o corpo era de Bruno. "O encontramos. Já não está mais entre nós", lamentou.
Corpo encontrado no Rio Maguari
O corpo, em estado de decomposição, foi avistado por moradores das proximidades na quinta-feira (11), preso em folhagens do Rio Maguari, passando o trecho do Parque dos Igarapés. Um vídeo compartilhado pelas redes sociais gravado por um dos tripulantes de uma embarcação de pequeno porte mostra a vítima presa nas árvores do rio de bruços com uma camisa e calça preta.
Além disso, uma das pessoas que encontrou a vítima disse que a maré já tinha levado o corpo no dia seguinte. Agentes da Polícia Militar (PM) chegaram por volta de 13h30 para verificar o caso. O corpo foi localizado na manhã desta sexta-feira (12), perto da alameda 28 de Agosto, de esquina com a Rua Secundária, bairro do Tenoné. Porém, o corpo tinha sido levado pela maré novamente.
Já no início da tarde desta sexta, a vítima foi encontrada perto da Marina Club do Jet, ainda no bairro do Tenoné. Algumas pessoas que estavam trabalhando às margens do rio amarraram o corpo num pedaço de madeira para que a correnteza não o levasse mais uma vez. Uma equipe do Grupamento Marítimo e Fluvial (GMAF) do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) chegou às 14h40 no local para o resgate. O corpo tinha uma perfuração nas costas, mas a polícia não confirmou que o ferimento tenha sido causado por violência ou por alguma circunstância de acidente.
Cerca de 20 minutos se passaram quando Lidiane de Pádua, acompanhada da prima de Bruno, chegou ao local para ver se o corpo era do jovem. A suspeita era grande que o corpo fosse do estudante. Aldri também apareceu na tentativa de saber se era o irmão que estava sumido. A equipe da Polícia Científica do Pará (PCP) mostrou o corpo, que estava em estado avançado de decomposição, e Aldri balançou a cabeça confirmando que seria Bruno. "É ele", disse o familiar para a tia do estudante.
Relembre o caso
Segundo o registro do boletim policial, o estudante de medicina veterinária Bruno Rafael Damasceno de Barros estava desaparecido desde o último sábado (6), após sair de um restaurante, localizado na avenida Marquês de Herval, no bairro da Pedreira. Familiares de Bruno conversaram com o Grupo Liberal para ajudar na localização do jovem. Jennifer Nascimento, prima do estudante, disse que ele saiu do estabelecimento sozinho e teria ido para a avenida Almirante Barroso.
Vimos nas imagens das câmeras de segurança do estabelecimento e ele saiu sozinho. Pelo rastreamento do celular, o Bruno foi para a [avenida] Almirante [Barroso] e teria pego um carro. Mas a gente acredita que não seja um carro. Porque um amigo disse que o viu no ônibus da linha 40 Horas-Ver-o-Peso, por volta de 6h40 de domingo”, disse Jennifer durante conversa com a redação integrada de O Liberal.
Jennifer acredita que o estudante tenha dormido no ônibus. “Acho que ele pegou o ônibus enganado na [avenida] Almirante [Barroso] e teria dormido no trajeto. Ele mandou mensagem para a minha mãe. Ele escreveu umas palavras erradas que não deu muito para entender, mas acredito que ele queria dizer que estava indo para a minha casa. Ele costuma dormir na minha casa quando sai para não acordar os meus avós. Depois, ele sumiu de vez”, afirmou.
De acordo com Jennifer, a última localização do celular acadêmico foi em Ananindeua. Um áudio compartilhado pela própria prima da vítima disse que ele teria sido visto numa filmagem saindo do ônibus. “Ele realmente pegou o ônibus às 6h15 da manhã na avenida Almirante Barroso, passou a roleta e foi pro último assento do ônibus. Lá ele ficou dormindo. Quando chegou no final da linha, o cobrador foi acordar ele e então ele desceu do transporte no final da linha do 40 Horas”, diz um homem não identificado no áudio.
Imagens investigadas pela polícia
A polícia investigou as imagens onde Bruno apareceu logo depois de desaparecer em Belém. A mãe do estudante contou que a delegada Maria Lúcia, da Polícia Civil, analisou as imagens das câmeras de segurança de um restaurante localizado na avenida Marquês de Herval, onde o filho esteve no último domingo (7). “Ela encaminhou as fotos do vídeo gravado pelo sistema de segurança para a gente ver as roupas que ele estava usando naquele dia. Era ele mesmo nas imagens”, contou Silvâni Barros.