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Enfermeiro é preso em Salinópolis por peculato e aborto seguido de morte de jovem

A causa da morte da vítima foi hemorragia constante e perfurações no útero

O Liberal

O enfermeiro Salim Sena foi preso preventivamente pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (3), em Salinópolis, nordeste do Pará, por peculato (crime contra a administração pública) e aborto seguido de morte de uma jovem de 23 anos. A causa da morte da vítima foi hemorragia constante e perfurações no útero. Segundo a polícia, o caso aconteceu em março do ano passado, quando o investigado provocou graves ferimentos à vítima decorrentes de manobras abortivas. A jovem foi encaminhada para atendimento médico em Belém, mas não sobreviveu.

A PC começou a investigar a morte e descobriu que a jovem tentou o abortamento do feto e que foi auxiliada e incentivada por quatro pessoas, que não tiveram os nomes revelados, todas indiciadas pelo crime.

No entanto, Salim, que é enfermeiro de Salinópolis e possui pós-graduação em lesões cutâneas, realizou manobras o que ocasionou perfurações no útero e intenso sangramento da vítima, que morava na mesma cidade. Este procedimento foi feito de forma clandestina, de acordo com a PC.

Durante o processo investigativo, foi levantado que o enfermeiro seria famoso por fazer essa prática e que realizava os procedimentos em sua residência. Na época foram realizadas buscas e apreensões no hotel onde ele residia, momento em que foram encontrados diversos materiais de uso médico propícios para que ele realizasse a atividade ilícita, além de maca e luminárias. Ele confessou que subtraiu o material da rede pública.

Como existia perigo de reiteração de conduta, uma vez que ele trabalha com grávidas em um posto de saúde municipal, a autoridade policial representou pela preventiva que foi prontamente deferida pelo juízo de Salinópolis e cumprida pela equipe policial.

Defesa da família da vítima

De acordo com a defesa da família da vítima, a prática abortiva foi realizada em um hotel no município de Salinópolis, litoral paraense. A Defesa explicou que, após esse ato, a jovem foi atendida no pronto-socorro do município e foi trasferida para a Santa Casa de Misericórdia, em Belém, onde foi a óbito.

A redação integrada de O Liberal solicitou nota à Santa Casa de Misericórdia, que informou que não vai se manifestar sobre o caso. A reportagem não conseguiu contato com o hotel onde a prática abortiva teria ocorrido, conforme relato da defesa da família.

(*A reportagem corrigiu, às 10h58, a época em que o crime foi cometido, com base nas informações divulgadas pela polícia do caso)

Polícia