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Empresa de turismo é alvo de denúncias em Belém

Consumidores alegam estarem sofrendo golpes pela empresa que cancela viagens e não reembolsa valores pagos. Empresa diz que tem passado por desequilíbrio financeiro, mas pretende reembolsar os clientes

O Liberal
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Uma empresa de turismo tem sido alvo de denúncias por parte de consumidores que alegam estarem sendo vítimas de golpes, em Belém. A empresa Laritur LRT Turismo atua na capital paraense vendendo pacotes de viagens aéreas, terrestres e marítimas, como cruzeiros, por exemplo, e é acusada de cancelamento de viagens sem reembolso de clientes. A dona da empresa admite que o negócio passa por crise financeira, mas que pretende fazer todos os reembolsos. A denúncia foi recebida pela equipe do "Eu repórter", projeto de jornalismo colaborativo do Grupo Liberal.

Uma das consumidoras que se diz lesada pela empresa é Giselly Bastos, que conta com um prejuízo de R$ 2.790,00, que já se acumula desde o ano passado, devido a duas viagens já canceladas pela empresa.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado por Giselly, a primeira compra de passagens foi realizada no ano passado, no valor de R$ 1.990,00, e a viagem estava programada para o dia 28 de dezembro. No entanto, a viagem foi cancelada pela proprietária da empresa de turismo, identificada como Larissa de Freitas Machado Oliveira, poucos dias antes, em 16 de dezembro.

Segundo Giselly, o motivo do cancelamento apresentado pela empresa foram as restrições causadas pela pandemia de covid-19, no que diz respeito às aglomerações. No entanto, o valor pago pela consumidora não foi devolvido, mas passou a contar como “crédito” para futura viagem, que Larissa passou a planejar no início deste ano.

“Esse ano eu comprei passagens para agosto, dia 17, eu ia para Jericoacoara. Na mesma semana a empresa entrou em contato comigo pedindo pra eu pagar umas taxas ambientais e de passeio. Eles me cobraram mais R$ 800, fora R$ 1.990 das passagens. Totalizou R$ 2.790,00”.

Entretanto, cerca de oito horas antes da viagem, Larissa teria entrado em contato com Giselly cancelando o serviço mais uma vez. Diante do segundo cancelamento, Giselly teria sido comunicada que o valor pago seria reembolsado em sete dias, o que não aconteceu. Em seguida, um novo prazo – 9 de setembro – teria sido acordado, mas também descumprido.

“Entrei em contato com ela novamente e ela falou que a agência estava passando por uma reprogramação e ela queria me dar um outro prazo, de 120 dias úteis. Eu não aceitei. Ela não me respondeu mais. Foi quando a gente começou a descobrir que há muito tempo ela vinha vendendo pacotes e cancelando as viagens na véspera sem reembolsar os clientes”.

 

Conflito envolve cerca de 200 consumidores

De acordo com Giselly, após pesquisar experiências de outros consumidores da empresa, ela se surpreendeu com a quantidade de pessoas em situações semelhantes: “Nós temos um grupo no whatsapp, com mais de 100 pessoas no momento. Isso tem sido um grande transtorno, porque eu tinha feito uma programação para viajar com o dinheiro desse reembolso e não recebi, então foi mais uma frustração. Não consegui dormir pensando nesse golpe. Eu espero que ninguém mais caia no golpe dessa empresa”, desabafa Giselly.

A dona da empresa foi ouvida pela redação integrada de O Liberal. Larissa admite que desde o começo da pandemia de covid-19, em 2020, o negócio vem sofrendo com crises financeiras e que houve, sim, dificuldades de reembolsar pelo menos 200 clientes. Mas ela nega a acusação de que estaria aplicando golpes em consumidores:

“Teve alguns casos que a gente fez cancelamentos anteriores e, por imprudência da minha parte, acabei esquecendo e não cumprindo (com o reembolso). A empresa estava passando por desequilíbrio econômico desde a pandemia”, explica.

De acordo com Larissa, os cancelamentos ocorrem porque os valores de pacotes e passagens pagos pelos clientes não são suficientes para cobrir o custeio do serviço: “A gente vem nesse desequilíbrio desde a pandemia, tentando se manter no mercado. Os valores pagos pelos clientes, lá atrás, não custeiam as viagens, hoje”.

Larissa fez questão de afirmar que, apesar da crise, a empresa não está em falência e que tem seguido orientações do advogado para resolver os problemas: “Nós estamos cientes das denúncias. Meu advogado está tomando as providências. Eu apenas cancelei viagens e, no prazo de 120 dias, a gente vai fazer o reembolso dessas pessoas”, afirmou.

Em nota, a Polícia Civil (PC) do Pará afirma que o caso vem sendo investigado: “O caso é investigado pela Divisão de Investigação e Operações Especiais (DIOE), por meio da Delegacia do Consumidor (DECON). Os envolvidos estão sendo ouvidos e diligências estão sendo realizadas para apurar maiores informações sobre o caso”.

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