Dono de empresa de Ananindeua pode responder criminalmente pelo furto dos 268 revólveres e munição
Sócios não teriam comunicado que prédio desativado abrigava arsenal. Caso é investigado pela Polícia Civil.
O dono da empresa de segurança privada que foi invadida no último dia 1º em Ananindeua pode ser responsabilizado criminalmente pelos furtos de 268 revólveres e 3.226 cartuchos. Segundo a Polícia Federal, a empresa não avisou que mantinha as armas no local desativado e, na época, foi notificada sobre o armazenamento irregular das armas, mas não respondeu ao chamado da PF, que é o órgão é responsável pela fiscalização e autorização para essas empresas atuarem com armamento, para prestar esclarecimentos.
Segundo a Delegacia da PF em Belém, ao não dar explicações sobre o armamento deixado na empresa, os sócios podem ser responsabilizados com a mesma pena do artigo 13 do Estatuto do Desarmamento, que trata da omissão de cautela. O texto diz que o responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá criminalmente se deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de dezoito anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. A pena pode ser de um até dois anos de detenção, além de multa.
Quem atua nas investigações do furto à empresa de Ananindeua é Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil. Na terça-feira (05), a equipe da Seccional Urbana da Marambaia apreendeu em uma casa do bairro quinze armas de fogo, todas calibre. 38, além de 222 munições do mesmo calibre. Após averiguações, foi constatado que as armas fazem parte do arsenal furtado. O casal dono da casa, que seriam membros da facção criminosa Comando Vermelho, não foram localizados.
Segundo o delegado Pery Netto, da Marambaia, as apreensões foram apresentadas à DRCO, que mantém as investigações por meio de seu serviço de inteligência, buscando por mais revólveres e munição do arsenal furtado. O dono da empresa também foi até a seccional, de forma voluntária, após saber da recuperação de parte do armamento. Apesar da apreensão pequena - menos de 6% do arsenal roubado - o delegado considera positiva a ação da Polícia Civil. "São quinze armas fora das ruas, da criminalidade. Imagina os crimes que seriam feitos com esses revólveres? É positivo não apenas para o bairro da Marambaia, como para Belém toda", disse o delegado, que informou ainda que cada arma seria vendia por mil reais para outros membros da facção, segundo as investigações.
Ainda de acordo do delegado Pery Netto, o dono da empresa alegou que deixou as armas no local em razão da falência de seu empreendimento. Devendo milhões em dívidas trabalhistas, ele não se preocupou em comunicar a Polícia Federal sobre o armazenamento do arsenal na sede da desativada. O que chama a atenção das autoridades é o fato da empresa ainda constar como ativa na Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa). As buscas pelo armamento continuam e a Polícia pede para que, quem tiver informações, entre em contato pelo número 181. O sigilo é garantido.
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