Delegado, investigador e familiares teriam sido agredidos por militares durante o Carnaval de Cametá
As vítimas foram submetidas ao exame de corpo de delito, o qual ajuda a elucidar e a identificar a autoria da violência
O delegado da Polícia Civil do Pará, Dilermano Gomes Tavares, a esposa dele e um investigador, identificado como Agnaldo Aquino, teriam sido agredidos por policiais militares, na madrugada da última terça-feira (21), por volta de 1h, durante a realização do Carnaval de Cametá, no nordeste paraense. O suposto abuso de autoridade ocorreu na praça da Justiça, no Centro da cidade.
Em nota enviada à reportagem, a Polícia Civil do Pará informou que investiga as supostas agressões, sob sigilo. “Imagens de câmeras de segurança foram solicitadas, testemunhas estão sendo ouvidas e diligências são feitas para apurar o caso”, declarou a PC.
A Polícia Militar também foi acionada para explicar quais providências estão sendo tomadas em relação aos militares, mas ainda não deu retorno.
Conforme o relatório policial, Dilermano teria sofrido lesões corporais nos braços e na cabeça, após ser atingido pelos militares, os quais utilizavam cassetetes para impedir a passagem dos foliões na parte de trás do palco instalado na praça da Justiça.
Ainda de acordo com o documento, a esposa do delegado também teria sido atingida com uma cotovelada na boca. Já o investigador Agnaldo Aquino teria recebido golpes de cassetetes, chutes e socos, chegando a desmaiar. Os policiais civis e a mulher não teriam sido reconhecidos pelos militares.
As vítimas procuraram a Polícia Civil na Unidade Móvel do CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) para comunicar o fato. Os policiais de plantão realizaram diligências para localizar os militares.
Segundo a polícia, as vítimas foram encaminhadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cametá, onde receberam atendimento médico. Tiveram lesões leves e não correm risco de morte. Também passaram por exames de corpo de delito, o qual ajuda a elucidar e a identificar a autoria da violência.
Justiça Militar
Procurado, o Promotor de Justiça Militar Armando Brasil disse que já tem conhecimento do caso. “Vou instaurar um IPM (Inquérito Policial Militar), a fim de apurar este fato, bem como solicitar o imediato afastamento deles”, afirmou.
Repúdio
A Associação e Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Pará (Assindelp) usou as redes sociais e repudiou as supostas agressões. A Assindelp informou, ainda, que presta apoio ao delegado, bem como acompanha a instauração dos procedimentos policiais e administrativos, abertos no sentido de identificar os seus autores.
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