Crime organizado tem prejuízo de mais de R$ 290 milhões com apreensão de drogas e armas no Pará
Operações da Polícia Civil do Pará entre o período de 2022 até abril de 2024 resultaram na apreensão de 17.744,327 quilos de entorpecentes e 7.149 armas de fogo
No Pará, entre 2022 a abril de 2024, o crime organizado teve um prejuízo estimado em R$ 293.885.138 com a apreensão de cocaína, maconha e de armas de fogo, a partir de ações da Polícia Civil do estado (PCPA). Ao todo, foram 17.744,327 quilos de maconha e cocaína, além de 7.149 armas de fogo que saíram das mãos de organizações criminosas nesse período. Em quase 2 anos e meio, a PCPA realizou 2.948 operações contra esses grupos, com destaque para “Hades”, “Guardião do Norte”, “Acerto de Contas”, “Caixa Vermelha”, “Sem Fronteiras” e “Rio Amazonas.
Segundo o balanço disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) à redação integrada de O Liberal, a apreensão de cocaína entre 2022 e 2024 causou um prejuízo estimado ao crime organizado de quase R$ 117.962.800,00. Por outro lado, o confisco de maconha, em relação ao mesmo período, atingiu um rombo de R$ 154.073.338,00, totalizando R$ 272.036.137,50, incluído o valor alcançado pelas apreensões de cocaína.
Da mesma forma, a apreensão de armas também faz parte do golpe desferido pelas forças de segurança pública no combate ao crime organizado. O quantitativo entre 2022 e 2024 soma o valor estimado de R$ 21.8 milhões. Conforme os números da Segup, o Pará totalizou 751 apreensões de janeiro até o dia 20 de maio de 2024. Em 2023, de janeiro a dezembro, foram apreendidas 3.211 armas de fogo, e no ano de 2022, no mesmo período, 3.187 apreensões.
Para chegar nesse resultado, a Divisão de Repressão a Crimes Organizados (DRCO), unidade especializada da PCPA, tem a tarefa de identificar e combater esse tipo de delito. Juntamente com o Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Delegacia de Homicídio (DH), da Diretoria Estadual de Combate à Corrupção (Decor) e a da Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe), atuantes contra as organizações criminosas em suas diversas modalidades e que contam com o apoio das agências de inteligência do Pará.
Apenas no ano passado, a DRCO prendeu, tanto dentro do Pará quanto fora do estado, 194 pessoas suspeitas de serem integrantes de facções criminosas. Até o momento, a PCPA contabiliza 42 prisões do mesmo tipo em 2024. De acordo a polícia, essas prisões ocorreram em decorrência de investigações que deflagraram mais de 100 operações policiais.
Dentre as capturas, estão a de Eduardo Alcântara da Silva e Manassés Miranda da Silva, feita na operação “Caronte”, no dia 10 de abril. A dupla fazia parte de uma facção criminosa, segundo as autoridades, e teria ajudado Rogério Mendonça e Deibson Cabral, os fugitivos de Mossoró, a serem transportados de barco e se esconderem na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Ualame Machado, destaca o que as forças de segurança têm feito para obterem esses resultados:
“O Estado tem atuado muito fortemente com ações integradas tendo como foco principal, desarticular qualquer grupo criminoso e prender os envolvidos, resultando assim na redução dos indicadores de criminalidade como vem sendo observado mês a mês. Para isso, temos realizado investimentos em equipamentos, qualificações e intensificado as ações especializadas, a partir de um trabalho das agências de inteligência que monitoram e analisam cada região do estado diariamente, para que as ações de enfrentamento à criminalidade sejam desenvolvidas especificamente para cada área. Nós seguimos investindo, fortalecendo nosso efetivo e ações para que o enfrentamento ao crime organizado e qualquer outra prática criminal continue sendo fortemente combatido e a população tenha paz social e sua segurança garantida. Ressaltamos a importância da parceria com a população, que pode nos auxiliar por meio dos canais de denúncia, seja no 190 do CIOP em casos de emergência ou em casos de investigação por meio do 181 ou no WhatsApp com a IARA (91) 98115-9181”.
Caixa Vermelha
Oito homens e duas mulheres foram presos, em 4 de abril deste ano, na operação "Caixa Vermelha", suspeitos de extorsão, homicídio qualificado, associação criminosa, tráfico de drogas e posse irregular de armas de fogo e munições. Eles foram apontados pela Polícia Civil por fazerem parte de uma quadrilha que extorquia comerciantes em Abaetetuba, nordeste paraense.
Acerto de Contas
Em 5 de dezembro do ano passado, a PCPA prendeu 18 pessoas que possuíam relevante posição em uma organização criminosa. As prisões aconteceram durante a operação "Acerto de Contas".
Hades
Com apoio da Polícia Civil do Alagoas, a PCPA cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, 5 mandados de prisão e uma prisão em flagrante, em 1º de fevereiro de 2024, no âmbito da operação "Hades". O trabalho teve objetivo desarticular facção criminosa com atuação em Alagoas.
Guardiões do Norte
Quatro pessoas foram presas em flagrante e 3,2 toneladas de drogas apreendidas, considerada a maior da história do Pará, em Abaetetuba. A ação ocorreu dois meses atrás, no dia 14, no combate ao tráfico de drogas, na operação "Guardião do Norte". A carga de entorpecentes estava escondida entre 3 toneladas de peixes salgados e congelados.
Rio Amazonas
Cerca de 1,5 tonelada de entorpecentes e 12 toneladas de pescado foram apreendidos dentro de um barco, perto ao Estreito de Óbidos, região oeste do estado. De acordo com as investigações, a embarcação saiu de Manaus, no Amazonas, e tinha como destino final o município de Santarém, no Pará. Três tripulantes que estavam na embarcação foram autuados em flagrante.