Corpo de mulher morta por policial militar é liberado do IML, em Belém
O crime aconteceu na quarta-feira (13/3) e o suspeito é o companheiro da vítima. Ele está preso
O corpo de Bruna Meireles Corrêa, de 32 anos, foi liberado do Instituto Médico Legal (IML), em Belém, na manhã desta quinta-feira (13/3). Ela foi morta com um tiro na cabeça pelo companheiro, Wladson Luan Monteiro Borges, na quarta (12/3), na capital, após um suposto desentendimento entre eles dentro de um carro. O suspeito, que é policial militar, está preso.
Rubens Botelho, 64 anos, padrinho de Bruna, disse que Wladson ligou para ele na noite do crime. “Eu estava em casa e o telefone tocou duas vezes um número desconhecido. Não atendi. Depois ele me ligou e pediu para eu levar a identidade da minha afilhada até o Pronto Socorro. Eu disse que ia levar e esperá-lo na frente do local, mas ele afirmou que estava na área vermelha. Eu perguntei o que houve e ele só me disse que ‘o pior tinha acontecido’”, contou.
Preocupado, Rubens foi até o Pronto Socorro da 14 de Março, no bairro do Umarizal, onde Bruna foi atendida. Assim que chegou, percebeu que o local estava lotado de viaturas da Polícia Militar e, até aquele momento, não sabia o que tinha ocorrido.
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“Só soube o que aconteceu depois que eu perguntei para um funcionário do Pronto Socorro e ele me falou que um policial militar tinha matado a companheira. A ficha caiu na hora”, detalha.
Questionado sobre o relacionamento do casal, Rubens conta que Bruna e Wladson eram reservados. “Nunca os vimos brigando ou discutindo. Eles eram muito fechados e não comentavam muito sobre a vida pessoal deles. A Bruna nos apresentou ele no final do ano de 2023”, disse.
Porém, Marcos Melo, primo de Bruna, disse que ela vinha apresentando sinais de viver um relacionamento abusivo. “Ela sumiu das redes sociais, se isolou da família. Ele (Wladson) começou a isolar a Bruna do ciclo familiar e das amizades dela. E assim ele conseguiu controlar ela. A gente soube até que ela tinha saído do trabalho. Ele foi super frio, assassinou ela, levou até o hospital e ligou para a família para pedir o documento dela como se fosse algo qualquer e que não houve sentimento nenhum”, revela.
Bruna era de Colares, município localizado no nordeste do Pará, e veio a Belém para estudar. A vítima fazia o curso de Nutrição. O corpo dela será trasladado até Colares, onde vai acontecer o velório e sepultamento.
O caso
Após o ocorrido, o próprio policial socorreu a vítima até o PSM da 14 de Março. No entanto, de acordo com funcionários da unidade de saúde, Bruna já chegou morta ao local.
O veículo do policial ficou em frente ao Pronto Socorro, com várias marcas de tiros, e o vidro do lado do carona completamente destruído. O disparo atingiu o lado esquerdo da cabeça de Bruna.
Em um comunicado oficial, a Polícia Militar informou “um policial militar foi preso em flagrante delito, pelo crime de feminicídio”. A corporação também confirmou que o agente “foi detido ainda no hospital, quando prestava socorro à vítima, por militares da Rotam e conduzido para a delegacia”. “A Corregedoria acompanha o caso. A PM ressalta que não compactua com desvios de condutas de membros da corporação e repugna veementemente toda e qualquer violência cometida contra mulher”, finaliza a instituição.